Notícias
21:11

Defensoria do Rio é impedida de acompanhar perícia em corpos da megaoperação

A Defensoria Pública do Rio de Janeiro foi impedida de acompanhar as necropsias das vítimas da megaoperação policial que ocorreu nos complexos do Alemão e da Penha, ação que resultou em 119 mortos, incluindo quatro policiais.

O órgão afirma que a presença de defensores públicos durante as necropsias é essencial para garantir transparência e fiscalização dos procedimentos. No entanto, a entrada dos defensores foi autorizada apenas até o pátio e outras áreas do Instituto Médico-Legal (IML), no Centro do Rio, sem permissão para acesso às salas onde ocorrem os exames.

Essa restrição gerou preocupação entre familiares das vítimas e entidades de direitos humanos, que temem a falta de controle externo sobre as perícias.

Em resposta, a Defensoria instalou uma van no pátio do IML para prestar suporte jurídico e psicológico às famílias, que aguardam a liberação dos corpos. Muitos parentes ainda enfrentam angústia e desinformação, pois não conseguiram identificar os corpos ou confirmar se eles estão entre os mortos, desaparecidos ou presos.

A Polícia Civil informou que o acesso ao IML está restrito a policiais civis e membros do Ministério Público, cumprindo as normas da ADPF 635. O trabalho é realizado por peritos oficiais da Polícia Civil, acompanhados por peritos independentes do Ministério Público, em um ambiente controlado. Todas as informações constarão nos autos do processo e estarão disponíveis para as partes envolvidas.

Além do estacionamento do Detran, equipes da Defensoria atuam no Complexo da Penha e no Hospital Getúlio Vargas. A defensora Mirela Assad, coordenadora da equipe com mais de 40 funcionários, destaca que a estrutura provisória ao lado do IML visa assegurar que nenhum familiar fique sem orientação ou apoio jurídico.

O atendimento continuará nos próximos dias, já que o resgate dos corpos ainda está em andamento.

A Defensoria também enviou um ofício à chefia da Polícia Militar solicitando as imagens das câmeras corporais e a identificação dos agentes envolvidos na Operação Contenção, buscando garantir a preservação das provas.

Créditos: O Globo

Modo Noturno