Deputado do PT classifica como erro acordo com Centrão sobre PEC da Blindagem

O deputado federal Kiko Celeguim (PT-SP) afirmou que “foi um erro” confiar em um acordo com líderes do Centrão durante a negociação da PEC da Blindagem, aprovada na quarta-feira, 17, apesar das críticas que recebeu. Embora o partido seja contra, doze deputados petistas votaram a favor do texto, que estabelece que parlamentares só poderão ser processados criminalmente com o aval do próprio Legislativo. A proposta agora depende de análise no Senado.

Celeguim, que é também presidente do PT-SP, explicou que o apoio à PEC ocorreu para garantir a aprovação de outras medidas consideradas de interesse da população, como a Medida Provisória (MP) da Conta de Luz, em troca. Segundo ele, essa troca ocorreu em detrimento do projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. Contudo, o acordo não foi cumprido, já que o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), pautou o projeto da anistia, que obteve mais votos do que o mínimo exigido e foi aprovado na Casa.

“Na Câmara, enfrentamos uma forte correlação de forças e muita pressão da extrema direita e do Centrão para votar a anistia e impedir pautas que atendem a população. Por isso, apostamos num acordo em que alguns deputados votariam a favor da PEC para garantir conquistas como a MP da conta de luz mais barata para 60 milhões de famílias e evitar a aprovação da anistia. Entretanto, esse acordo foi descumprido”, publicou Celeguim.

Ele ainda destacou que o presidente da Câmara colocou a anistia na pauta, e a derrota ocorreu na etapa da urgência. Celeguim classificou como erro confiar em líderes que, desde 2016, têm mostrado uma postura contrária a um governo democrático e popular. “Hoje, perdemos, eu perdi, e aprendi uma lição dura que não esquecerei”, afirmou em vídeo nas redes sociais.

Antes da decisão de Motta, o deputado Jilmar Tatto (PT-SP), também favorável à PEC, disse que o acordo visava garantir um “balanço de forças” no Congresso. Segundo ele, o PT tem o dever de garantir governabilidade e dialogar para conquistas e evitar derrotas, ressaltando que gestos assim colaboram para um cenário complexo. Tatto não comentou publicamente a pauta da anistia e desativou os comentários em publicações recentes.

Doze deputados do PT votaram a favor da PEC da Blindagem.

Créditos: Veja