Desembargador tentou apaziguar conflito entre Castro e Bacellar no RJ

O desembargador federal Macário Júdice Neto assumiu papel de mediador na crise política entre o governador Cláudio Castro (PL) e o presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), Rodrigo Bacellar (União Brasil-RJ).

Em 4 de novembro de 2025, no auge do conflito, Macário enviou mensagens a Bacellar buscando amenizar a disputa. Ele avaliou de forma pragmática que a divisão entre eles seria prejudicial para ambos.

O magistrado tentou convencer Bacellar que a ruptura prejudicaria os planos eleitorais de Castro, que almeja uma vaga no Senado, e também a força política do grupo. ‘‘Evitemos esse embate’’, pediu, sugerindo cautela: ‘‘Mas pensemos juntos. Não verbalize nada agora’’.

Porém, a tentativa de pacificação encontrou resistência na postura enérgica de Bacellar, que respondeu com mensagens marcadas por retórica agressiva, recusando qualquer recuo.

Documentos revelados pela decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), indicam que Macário agiu como um braço político do grupo, oferecendo aconselhamento sobre estratégias eleitorais e tentando gerenciar uma crise que ameaçava o esquema de poder no estado.

Além disso, Bacellar justificou sua indignação ao desembargador enviando uma mensagem que apontava o governador como alguém que se coloca como vítima e culpa o mundo pelas dificuldades.

Esta aproximação entre o desembargador e o presidente da Alerj tem sido investigada pela Polícia Federal, que considera o diálogo uma evidência do envolvimento político do magistrado na disputa local. A crise entre Castro e Bacellar segue repercutindo no cenário político do Rio de Janeiro.

Créditos: g1