Dinamarca convoca embaixador dos EUA após indicação de enviado à Groenlândia
O ministro das Relações Exteriores da Dinamarca, Lars Lokke Rasmussen, anunciou nesta segunda-feira (22) que convocaria o embaixador dos Estados Unidos em Copenhague. A medida ocorreu após o governador da Louisiana, Jeff Landry, ser nomeado enviado especial de Donald Trump para a Groenlândia, ação que irritou o governo dinamarquês.
Trump tem reiterado ao longo dos anos o desejo de anexar a Groenlândia, território autônomo da Dinamarca, aos Estados Unidos, por motivos de segurança e interesse nos recursos minerais da ilha. Landry publicou em sua rede social X que considera uma honra atuar voluntariamente para realizar esse objetivo, ressaltando que isso não afetaria sua posição como governador.
A Dinamarca e a Groenlândia rejeitam veementemente essa ideia. À emissora dinamarquesa TV 2, Rasmussen declarou estar “profundamente consternado” com a nomeação e com as declarações de Landry, classificadas como inaceitáveis. Em comunicado à Reuters, afirmou que todos, inclusive os EUA, devem respeitar a integridade territorial do Reino da Dinamarca.
O primeiro-ministro da Groenlândia, Jens-Frederik Nielsen, publicou no Facebook que embora o anúncio do presidente dos EUA pareça grave, ele não altera a decisão da ilha, que continuará a determinar seu próprio futuro.
A parlamentar dinamarquesa Aaja Chemnitz, representante da Groenlândia, disse que a nomeação em si não é problemática, mas a missão atribuída a Landry, de tomar a Groenlândia para os EUA, não encontra apoio na ilha. Ela destacou o desejo da maioria dos habitantes de permanecerem independentes e de fortalecer sua autonomia progressivamente.
Com a intenção de reduzir tensões com o governo Trump, a Dinamarca intensificou o reforço da defesa da Groenlândia, que tem uma posição estratégica vital na rota entre Europa e América do Norte, além de ser crucial para o sistema de defesa antimíssil dos EUA.
A Groenlândia, antiga colônia dinamarquesa com cerca de 57 mil habitantes, possui o direito de declarar independência desde 2009. A economia da ilha depende principalmente da pesca e de subsídios do governo de Copenhague.
Créditos: CNN Brasil