Diretores de empreiteira presos após incêndio que matou 55 em Hong Kong

Dois diretores e um consultor da empreiteira Prestige Construction & Engineering foram presos sob acusação de homicídio culposo após um incêndio que resultou em mais de 50 mortes em um complexo residencial de Hong Kong.

As prisões ocorreram depois da descoberta de materiais inflamáveis deixados durante trabalhos de manutenção. No combate ao incêndio, mais de 700 bombeiros atuaram, além de equipes de pronto-socorro e policiais.

Ao menos 55 pessoas morreram no incêndio que atingiu o complexo Wang Fuk Court, um conjunto de oito blocos localizados na região de Tai Po. O fogo teve início na tarde do dia anterior pelo horário local e atingiu todos os prédios do condomínio, que passava por reformas na fachada.

Hong Kong ainda emprega andaimes de bambu e outros materiais inflamáveis nas construções locais. Embora a origem exata do fogo seja incerta, imagens mostraram como o fogo se espalhou rapidamente pelas estruturas, causando a queda em chamas das treliças de bambu.

Há suspeita do uso de espuma de poliestireno, também conhecida como isopor, na vedação das janelas. As autoridades consideraram a rápida propagação das chamas no Wang Fuk Court como “pouco usual”.

John Lee, líder de Hong Kong, criou uma força-tarefa para investigar as causas do incêndio e classificou o evento como uma “catástrofe massiva”. Ele afirmou que o governo revisará os projetos de construção em andamento para assegurar o cumprimento das normas de proteção contra incêndios.

Os andaimes de bambu são tradicionalmente amarrados com cordas de nylon e cobertos com redes de proteção externas. Embora permitam alta agilidade na instalação em edifícios altos, esses materiais são altamente inflamáveis e de difícil controle na qualidade.

Em março deste ano, o governo anunciou que metade dos contratos públicos novos passaria a exigir andaimes de metal para aumentar a segurança dos trabalhadores, mas não considerou os riscos de incêndio dessa mudança. Posteriormente, o secretário de Trabalho, Chris Sun, informou que o uso do bambu nas obras não seria proibido.

A reportagem conta com informações da AFP e DW.

Créditos: UOL Notícias