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15:05

Disputa de narrativas na crise da segurança pública no Rio de Janeiro

Após o governo federal recusar auxílio à megaoperação no Rio de Janeiro, o governo Lula busca administrar a crise política decorrente. A declaração de que “traficantes são vítimas” dificulta a defesa da narrativa do governo petista, tema abordado no programa Última Análise de quinta-feira (30).

O ex-juiz Adriano Soares da Costa criticou a postura oficial do governo, destacando que o presidente Lula não fez manifestação oficial nem homenageou os soldados mortos, limitando-se a declarações genéricas sobre criminalidade.

Na disputa pela opinião pública, o governo petista e movimentos de esquerda condenaram a ação policial pelo elevado número de mortos e a estratégia adotada. Em contrapartida, o governo do Rio de Janeiro, apoiado por governadores de direita, defende a operação como solução efetiva ao problema.

O escritor Francisco Escorsim afirmou que a esquerda já perdeu a guerra de narrativas, pois tenta discutir segurança pública em termos de inteligência, ignorando décadas de conflito semelhante a uma guerrilha.

O vereador Guilherme Kilter destacou que a população apoia a megaoperação. Pesquisa recente na capital e no estado indicou quase 70% de aprovação da ação.

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), marcou para 4 de dezembro a entrega do relatório da PEC da Segurança Pública, proposta considerada prioritária mas parada em comissão especial desde abril devido a embates políticos.

Adriano Soares da Costa explicou que a PEC propõe o fim do federalismo na segurança pública, concentrando no governo federal os recursos, políticas, gestão e comando das operações, deixando os estados subordinados ao governo central.

Francisco Escorsim demonstrou ceticismo quanto à PEC, suspeitando que o debate tenha caráter eleitoral: a direita tende a rejeitá-la e a esquerda a aprová-la para reforçar o discurso de proteção à segurança.

O programa Última Análise é exibido ao vivo pela Gazeta do Povo no YouTube, de segunda a sexta-feira, das 19h às 20h30, com o objetivo de discutir temas nacionais de forma racional e aprofundada.

Créditos: Gazeta do Povo

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