Eleição na Bolívia diminui a desvantagem da direita na América do Sul
Rodrigo Paz Pereira, do Partido Democrata Cristão (centro-direita), foi eleito presidente da Bolívia no domingo, 19 de outubro de 2025, quebrando a hegemonia de 20 anos da esquerda representada pelo MAS (Movimento ao Socialismo).
Em apenas nove dias, a direita reduziu sua desvantagem para a esquerda na América do Sul, passando de seis para dois países atrás. Em 10 de outubro, o Congresso do Peru destituiu Dina Boluarte (sem partido, esquerda), que foi substituída por José Jerí (Somos Peru, centro-direita).
Com essas mudanças, o número de países governados pela esquerda na América do Sul caiu de nove para oito, enquanto os comandados pela direita aumentaram de três para quatro. Depois da posse de Paz Pereira, marcada para 8 de novembro, a direita deverá governar cinco países e a esquerda sete.
Ao analisar o mapa político sul-americano na última década, observa-se um avanço significativo da direita entre 2015 e 2020, quando subiu de três para seis países sob seu controle, seguido de uma retomada da esquerda.
Em 2015, a direita governava quatro dos cinco países do Cone Sul: Brasil, Argentina, Chile e Uruguai. Em 2020, a direita estava no poder no Brasil, Chile e Uruguai, além de um intervalo de governo de direita na Argentina com Mauricio Macri, antes da volta da esquerda com Alberto Fernández.
Em 2025, o cenário invertido mostra a esquerda governando Brasil, Chile e Uruguai, enquanto a direita lidera na Argentina. O Paraguai permanece a exceção no Cone Sul, sempre governado pela direita entre 2015 e 2025.
Até as recentes mudanças no Peru e Bolívia, a esquerda governava o mesmo número de países que há uma década na América do Sul.
O mapa político do continente é marcado por frequentes transições de poder. O Peru, por exemplo, teve 11 presidentes nos últimos 25 anos, e a Argentina alternou entre governos de esquerda e direita na última década.
Além do Paraguai, apenas o Suriname, com uma leve mudança da esquerda para a centro-esquerda, e a Venezuela, governada por Nicolás Maduro desde 2013, mantiveram estabilidade no espectro político.
O Chile, que terá eleições em 16 de novembro, atualmente é governado por Gabriel Boric, da esquerda, e enfrenta uma disputa intensa entre a candidata governista Jeannette Jara (Partido Comunista) e José Antonio Kast (Partido Republicano, direita).
Créditos: Poder360