Política
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Eleitores indecisos criticam PEC da Blindagem e dividem-se sobre anistia do 8 de janeiro

A PEC da Blindagem, que foi aprovada recentemente na Câmara, tem sido alvo de críticas entre eleitores ainda indecisos, que a veem como uma forma de ampliar privilégios da classe política. Esse grupo também apresenta opiniões divididas sobre o projeto de anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro, refletindo a polarização política atual.

Faltando pouco mais de um ano para as eleições gerais, alguns temas controversos do Congresso estão influenciando a decisão dos eleitores que ainda não escolheram seu candidato para presidente. Enquanto muitos enxergam a PEC como mecanismo para proteger parlamentares de processos criminais, o projeto de anistia desperta apoio e oposição, com discussões sobre a revisão das penas de condenados e críticas à influência de pré-candidatos que apoiam o perdão.

A pesquisa do GLOBO acompanha as percepções de oito eleitores em regiões estratégicas até outubro do próximo ano. Na etapa atual, eles comentam o impacto da PEC e da proposta de anistia, demonstrando consenso quanto ao desejo de escapar da polarização entre esquerda e direita.

Em São Paulo, Vinícius Ribeiro, atendente da Shopee, classificou a PEC como “revoltante” e acusou seus defensores de corrupção. Lorena Mendes, estudante de Psicologia de Minas Gerais, acredita que a PEC aumentará a impunidade. Lucas Santana, empresário de Salvador, vê a medida como prejudicial para a direita e benéfica para a esquerda. Ele apoia, porém, a revisão das penas propostas pela anistia, opinando que quem participou de destruição deve ser punido com penas diferenciadas.

O deputado Paulinho da Força deve relatar a proposta para transformar o texto da anistia em uma revisão das penas aplicadas aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro, o que desagrada parte dos apoiadores de Bolsonaro, que preferem um perdão amplo.

Walter Dias, taxista e ex-eleitor de Bolsonaro, rejeita nomes da família do ex-presidente para sucedê-lo. Luana Santos, advogada de Salvador, também critica a PEC, mas reconhece que pode conter abusos do Judiciário.

No Rio, Célio Gomes discorda da anistia, mas acha a pena de Bolsonaro no STF — 27 anos e três meses — excessiva. Pesquisa recente indica que 49% dos brasileiros concordam com essa avaliação. O advogado Benedicto Patrão, de Niterói, expressa forte oposição à anistia, ressaltando a comprovação judicial da organização criminosa e tentativa de tomada de poder. Fabiana Gomes, administradora de Belo Horizonte, considera a ideia de anistia inaceitável, acusando os candidatos que a apoiam de desrespeitar o Estado Democrático de Direito.

O pesquisador Eduardo Sincofsky, do projeto Plaza Publica, indica que eleitores estão inseguros sobre o futuro do Brasil, buscando alternativas para superar a instabilidade e os conflitos diários.

Diversas opiniões refletem a divisão de quem ainda não decidiu seu voto, com destaque para o desejo comum de superar a polarização política vigente.

Créditos: O Globo

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