Saúde
18:04

Entenda os cuidados contra intoxicação por bebida alcoólica adulterada em São Paulo

O estado de São Paulo permanece em alerta devido aos casos confirmados e suspeitos de intoxicação por metanol, todos relacionados ao consumo de bebida alcoólica adulterada.

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) divulgou uma nota com orientações para que bares e restaurantes se protejam contra a comercialização de bebidas falsificadas, destacando que essa é uma prática criminosa que compromete a saúde dos consumidores, prejudica a credibilidade dos estabelecimentos e causa danos econômicos ao setor.

Conforme a Abrasel, a falsificação ocorre principalmente em bebidas de alto valor, como uísques, cachaças e outros destilados. Para evitar esses riscos, os estabelecimentos devem adotar cuidados específicos. Gabriel Pinheiro, diretor da Abrasel-SP, explica que os falsificadores usam garrafas e selos originais, tornando a identificação visual da fraude quase impossível.

Ele acrescenta que a atuação das autoridades precisa focar na contenção da produção e distribuição antes que esses produtos alcancem o mercado.

O advogado Stefano Ribeiro Ferri, especialista em direito do consumidor e assessor da 6ª Turma do Tribunal de Ética da OAB/SP, recomenda que os consumidores evitem comprar bebidas sem procedência confiável, especialmente em vendas online ou informais. Ele orienta a checar o lote, o selo de autenticidade e acompanhar alertas de órgãos como Anvisa, Procon e Vigilância Sanitária, ressaltando que a prudência é essencial neste momento.

O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) publicou uma nota técnica com protocolos e recomendações diante das intoxicações por metanol. O documento sugere atenção a itens com lacres violados, erros visíveis na impressão e preços muito baixos. Também alerta que sintomas como visão embaçada, dor de cabeça e náusea devem ser tratados como suspeitas de adulteração.

Gabriel Pinheiro reforça que esses cuidados reduzem o risco de aquisição de produtos falsificados. Ele ressalta que, para o consumidor, os sinais são importantes porque não há diferença perceptível no gosto ou no cheiro entre uma bebida adulterada com metanol e uma original.

Além disso, os clientes podem identificar que um bar ou restaurante é confiável por sinais como placas, documentos e atendimento apropriado, além de marcas nas garrafas. A ausência desses indícios aumenta o risco, segundo Pinheiro.

De acordo com ele, estabelecimentos regulares devem estar atentos a essas práticas para não expor consumidores ao perigo.

Eliane Gandolfi, coordenadora do núcleo de toxicovigilância do Centro de Vigilância Sanitária de São Paulo, afirmou que os sintomas iniciais da intoxicação podem incluir sonolência e sensação de efeito alcoólico acelerado.

Em casos graves, o metanol pode causar danos neurológicos, perda da visão e sequelas permanentes se o atendimento não for imediato. Os sintomas variam conforme a quantidade ingerida, surgindo geralmente algumas horas após o consumo.

Ela destaca que quanto mais rápido for o atendimento e a administração do antídoto, menores serão os efeitos complexos para a pessoa.

Esses cuidados e sinais foram reforçados pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, em coletiva de imprensa realizada em 30 de maio.

Se os consumidores apresentarem esses sintomas, o MJSP recomenda encaminhá-los para atendimento médico urgente e acionar o Disque-Intoxicação pelo número 0800-722-6001.

Também é indicado informar a Vigilância Sanitária local, a Polícia Civil, o Procon e, se necessário, o Ministério da Agricultura e Pecuária.

Créditos: CNN Brasil

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