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Esquerda usa ícones da música para atrair público a protestos contra anistia

Com pouca participação popular nas manifestações pelo país, a esquerda brasileira recorre a figuras ícones da música para tentar aumentar a presença nos protestos marcados para o domingo (21) nas principais capitais. A estratégia busca fortalecer o movimento contrário à anistia, contando com a participação de cantores e artistas engajados politicamente nos anos 1960 e 1970, época da ditadura militar.

No Rio de Janeiro, o ponto de maior concentração será a praia de Copacabana, onde o ato incluirá um show do trio Gilberto Gil, Caetano Veloso e Chico Buarque.

A possibilidade de aprovação do projeto de lei da anistia no Congresso é motivo de preocupação para partidos de esquerda, especialmente PT e Psol. Se o texto for aprovado na Câmara e no Senado, poderá beneficiar os presos pelo ato de 8 de janeiro de 2023 e também o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado.

Além de tentar impedir a votação do PL da Anistia — que segue em regime de urgência após nomeação do relator Paulinho da Força (Solidariedade) na última semana — o protesto pretende também pressionar contra a PEC da Imunidade, conhecida como PEC da Blindagem. Essa proposta impede a abertura de ação penal contra parlamentares sem autorização prévia da maioria absoluta do Senado ou da Câmara.

Na manhã de domingo, outros artistas participam dos atos em Brasília, Salvador e Belo Horizonte. No Distrito Federal, o cantor Chico César e MC Pepita se apresentam no Museu da República. Em Salvador, Daniela Mercury é a principal atração. O ator Wagner Moura, alinhado politicamente à esquerda e crítico do ex-presidente Bolsonaro, também participa.

Em Belo Horizonte, o evento conta com Renegado, Rafael Ventura, Júlia Rocha e Fernanda Takai, ex-vocalista da banda Pato Fu. Takai afirmou: “É sempre pior do que a gente pode imaginar […] vamos cantar para espantar essa cambada de vagabundos”, e conduziu o grito “sem anistia”.

Em São Paulo, o protesto “Congresso inimigo do povo” no Masp foi convocado pelo movimento Frente Povo sem Medo, ligado ao deputado federal Guilherme Boulos (Psol). Para atrair público na avenida Paulista, no mesmo horário do ato no Rio, aposta-se também em artistas da “velha guarda” com força política nos anos anteriores, como Marina Lima, Leoni e Otto.

No Rio, além do trio principal, o evento terá shows de Paulinho da Viola, Djavan, Ivan Lins, Lenine e Maria Gadú. Na semana anterior, vários artistas gravaram vídeos para as redes sociais convocando a militância para protestar contra a anistia e a PEC da Imunidade.

Créditos: Gazeta do Povo

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