EUA divulgam vídeos de fuzileiros navais em treinamento no mar do Caribe
O Comando Sul das Forças Armadas dos Estados Unidos (Southcom), responsável pelas operações militares americanas na América Latina, publicou nos últimos dois dias em sua conta no X vídeos que mostram fuzileiros navais atirando com metralhadoras durante treinamento no mar do Caribe.
Em comunicado na quinta-feira (30), a unidade explicou que os fuzileiros navais realizam operações de tiro real em embarcações no mar do Caribe, ressaltando que as forças americanas estão destacadas na região em apoio à missão do Southcom. Segundo o texto, as operações são dirigidas pelo Departamento de Guerra e têm prioridade do presidente para interromper o tráfico ilícito de drogas e proteger a pátria.
No dia seguinte, o comando declarou que suas tropas “são letais e estão prontas”.
Os Estados Unidos vêm realizando ações militares em águas internacionais há quase um mês, aumentando as tensões com a Venezuela. Mais de 60 pessoas morreram em bombardeios promovidos por Washington no Caribe e no oceano Pacífico contra embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas.
Autoridades da região, opositores e especialistas jurídicos criticam essas ações e apontam para a ilegalidade, já que o direito internacional não permite ataques contra pessoas que não ofereçam perigo iminente, salvo em contextos de conflito armado entre combatentes inimigos.
O governo americano também acusa o presidente venezuelano Nicolás Maduro de liderar uma rede de tráfico de drogas chamada Cartel de los Soles, cuja existência é negada por especialistas. Ainda que sem citar diretamente Caracas, Donald Trump sugeriu a possibilidade de ordenar ofensivas terrestres contra cartéis latino-americanos, mas recuou no dia 31, afirmando não pretender atacar dentro da Venezuela.
No mesmo dia, Trinidad e Tobago colocou seu Exército em alerta máximo e convocou as tropas a retornarem aos quartéis para se prepararem para confinamento. O país caribenho, próximo da costa venezuelana, mantém alinhamento com Washington.
Os EUA enviaram um navio de guerra lança-mísseis para a região no último domingo (26) e o mantiveram patrulhando águas territoriais venezuelanas até a quinta-feira (30). Em retaliação, o regime de Maduro suspendeu um acordo energético mantido com Trinidad e Tobago.
Créditos: Folha de S.Paulo