EUA e China selam trégua na guerra comercial com acordo em Seoul
Nesta quinta-feira (30), os presidentes dos Estados Unidos e da China, Donald Trump e Xi Jinping, respectivamente, se encontraram na Coreia do Sul e anunciaram uma trégua na guerra comercial entre os dois países. Trump avaliou o encontro com Xi Jinping como “doze em uma escala de um a dez”.
Em fevereiro, Trump havia imposto tarifas sobre produtos chineses, citando, entre outras razões, a “invasão de fentanil” no território americano, uma droga que causou quase 50 mil mortes nos EUA em 2024. Recentemente, a China impôs um limite às exportações de minerais raros, essenciais para a fabricação de smartphones, baterias, computadores e equipamentos militares. Na reunião, Xi Jinping concordou em suspender essa restrição por um ano e também prometeu combater o tráfico ilegal de fentanil.
Outro ponto do acordo envolve a soja. Em 2025, a China reduziu drasticamente suas compras do produto americano, favorecendo outros países como Brasil e Argentina, o que impactou negativamente a base política rural de Trump. O governo chinês aceitou retomar as importações da soja americana.
Do lado dos EUA, Trump anunciou uma redução das tarifas sobre produtos chineses de 57% para 47%. Além disso, os Estados Unidos vão retirar, por um período de um ano, a proibição de que certas empresas chinesas comprem tecnologia americana.
Após o encontro, Trump declarou que espera que esse acordo seja renegociado anualmente. Xi Jinping frisou que os países não devem entrar num ciclo vicioso de retaliações e confirmou que Trump realizará uma visita oficial à China em 2026.
No entanto, um comentário de Trump causou preocupação: pouco antes da reunião, ele afirmou ter ordenado ao Pentágono que retomasse testes com armas nucleares, alegando que outros países já estariam conduzindo tais testes, e declarou que as atividades deveriam ter início imediato.
Em resposta, Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, mencionou que a Rússia não realizou testes nucleares, mas que poderia seguir o exemplo caso Washington prosseguisse com os planos. Já no voo presidencial, Trump afirmou que está em negociações com a Rússia para redução do arsenal nuclear e gostaria de incluir a China nessas conversas.
Enquanto isso, nos últimos dez dias, a Rússia testou um míssil e um torpedo com propulsão nuclear, mas não detonações nucleares, e a China dobrou seu arsenal desde 2020, sem realizar novos testes. A última potência nuclear a explodir uma bomba foi a Coreia do Norte, há oito anos.
Se Trump concretizar os testes, será a primeira vez em mais de 30 anos que os EUA realizarão tal ação, marcando uma mudança significativa na política externa do país, uma das maiores potências nucleares do mundo.
Créditos: g1 globo