EUA enviam aviões B-52 para a costa da Venezuela em operação militar
O governo dos Estados Unidos está se preparando para eventuais conflitos com a Venezuela e enviou três aviões B-52, conhecidos por bombardeios pesados, para a costa venezuelana, onde já realizam voos operacionais.
Desenvolvido para voos de longo alcance, o B-52 possui capacidade para ataques pesados, incluindo transporte de munições nucleares, operações ofensivas aéreas e marítimas, além da capacidade de interceptar outros aviões em voo.
Extremamente rápido, o B-52 pode monitorar grandes áreas em pouco tempo, analisando até 364 mil metros quadrados do oceano em duas horas. A aeronave ainda pode ser equipada com sensores infravermelhos para aumentar sua precisão em combate, e, durante missões noturnas, pilotos utilizam óculos de visão noturna para melhor visibilidade.
O B-52 é parte da Força Aérea dos EUA há mais de 60 anos e é considerado a “espinha dorsal da força de bombardeiros estratégicos” segundo seu site oficial. O avião pode lançar diversos tipos de munições, incluindo bombas de gravidade, fragmentação e mísseis de precisão.
Em uso desde 1955, espera-se que o B-52 continue ativo até 2050. Foi empregado em várias operações militares como a Operação Tempestade no Deserto (Guerra do Golfo, 1991), a Operação Força Aliada (bombardeio na Iugoslávia, 1999) e a Operação Liberdade Duradoura, iniciada após os ataques de 11 de setembro.
Características principais do B-52: envergadura de 56,4 metros, comprimento de 48,5 metros, altura de 12,4 metros, peso de 83.250 kg, velocidade de 650 milhas por hora, armamento de cerca de 31.500 kg com bombas, minas e mísseis, avaliado em R$ 458 milhões.
As tensões entre Washington e Caracas aumentaram desde que Donald Trump retornou à presidência dos EUA em janeiro. Em outubro de 2025, o governo Trump suspendeu qualquer diálogo diplomático com a Venezuela, e não há relações diplomáticas entre os dois países desde seu primeiro mandato, entre 2017 e 2021.
O governo norte-americano frequentemente associa o governo venezuelano de Nicolás Maduro ao narcotráfico, acusando-o de comandar a organização terrorista gangue Tren de Aragua, designada assim em fevereiro. Trump também comparou as mortes por overdose nos EUA a vítimas de guerra, justificando a atuação militar na região do Caribe.
Maduro nega acusações de que drogas são produzidas na Venezuela, afirmando que os Estados Unidos buscam sua saída do poder por meio de ameaças militares.
Trump confirmou que autorizou a CIA a realizar operações secretas na Venezuela, após reportagem do The New York Times revelar a permissão oficial para ações “secretas e letais” pela agência.
A autorização teve dois motivos declarados por Trump: primeiro, a suposta libertação de prisioneiros venezuelanos que estariam cruzando uma fronteira rumo aos EUA, sem especificar qual; segundo, o grande fluxo de drogas pelo mar vindo da Venezuela para os EUA.
Apesar disso, o presidente norte-americano não respondeu se a CIA poderia remover Maduro do poder. Ele considerou a pergunta feita por jornalistas ridícula, apesar de não a ter respondido.
Créditos: UOL