EUA interceptam petroleiro panamenho com petróleo venezuelano no Caribe

Neste domingo (21/12), a Guarda Costeira dos Estados Unidos interceptou um petroleiro de bandeira panamenha que carregava petróleo venezuelano em águas internacionais do Caribe, próximo da costa da Venezuela. A informação foi divulgada pelo The New York Times.

Segundo o jornal americano, o navio chamado Centuries havia partido recentemente da Venezuela com destino à Ásia, transportando entre 1,8 milhão e 2 milhões de barris de petróleo bruto Merey-16, embarcados no Terminal de José entre os dias 7 e 11 de dezembro.

Um oficial dos EUA e duas fontes da indústria petrolífera venezuelana, que falaram ao jornal sob condição de anonimato, informaram que o navio não está listado publicamente entre as entidades sancionadas pelo Departamento do Tesouro dos EUA. Contudo, a carga pertence a um negociante de petróleo chinês, conhecido por enviar petróleo venezuelano para refinarias na China.

No sábado (20/12), outro navio também foi interceptado, e este segundo navio também não constava na lista de embarcações sancionadas pelo Departamento do Tesouro.

No dia 15 de dezembro, o então presidente Donald Trump anunciou um “bloqueio total e completo de todos os petroleiros sancionados que entram e saem da Venezuela”, acusando o governo Maduro de usar a exportação de petróleo para financiar atividades ilegais. Trump também alegou, sem apresentar provas, que o líder venezuelano estaria envolvido no envio de fentanil aos Estados Unidos e no roubo de petróleo de companhias americanas.

A secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, publicou no X que a Guarda Costeira “deteve” um petroleiro que esteve ancorado na Venezuela. Conforme ela, o país seguirá combatendo o transporte ilegal de petróleo sancionado, que, segundo o governo americano, financia o narcoterrorismo na região.

O oficial americano ouvido pelo The New York Times informou que os EUA ainda não possuem um mandado para apreender o Centuries, ao contrário do ocorrido no início de dezembro, quando um petroleiro foi apreendido com autorização judicial.

A Guarda Costeira investiga a autenticidade do registro panamenho do Centuries. Até o momento, sabe-se que o navio não tem ligação conhecida com o Irã. Autoridades americanas classificam o navio como parte da “frota fantasma”, termo para embarcações que empregam práticas de navegação enganosas.

No começo de dezembro, agentes armados dos EUA apreenderam o petroleiro Skipper, que operava com bandeira falsa e estava sancionado por transportar petróleo iraniano.

Créditos: Correio Braziliense