EUA realizam primeiro ataque a embarcação no Pacífico e ampliam ofensiva militar
Os Estados Unidos atacaram uma embarcação em águas internacionais do Pacífico, próximo à costa da América do Sul, marcando a primeira ação militar americana nessa região. A ofensiva aconteceu na terça-feira (21) e resultou na morte de duas pessoas, conforme informou o secretário de Defesa, Pete Hegseth, em publicação na rede social X.
A emissora CBS foi a primeira a divulgar a informação, que foi posteriormente confirmada pelo governo dos EUA. Segundo Hegseth, havia dois narcoterroristas a bordo da embarcação no momento do ataque, ambos mortos na operação.
O secretário declarou que não haverá abrigo ou perdão para os membros dos cartéis de drogas que atuam na área.
Este ataque faz parte de uma ofensiva mais ampla iniciada pelo governo americano, que vem bombardeando embarcações no mar do Caribe há semanas, causando ao menos 30 mortes. Washington alega que essas embarcações transportam drogas para o território dos EUA, embora ainda não tenha apresentado evidências concretas.
Vale destacar que a principal rota de entrada de cocaína nos Estados Unidos ocorre pelo Oceano Pacífico e pela fronteira com o México, e não pelo Caribe. Já substâncias associadas à crise dos opioides, como o fentanil, vêm predominantemente da China.
De acordo com o direito internacional, ataques contra pessoas que não apresentem ameaça iminente são proibidos, salvo se forem combatentes inimigos; caso contrário, configuram assassinato.
Essa ação no Pacífico sugere que o ataque ocorreu perto da costa colombiana, já que a Venezuela tem litoral apenas no Atlântico. Se confirmada, a operação representa uma escalada de tensões com o governo de Gustavo Petro, presidente da Colômbia.
Petro vem criticando duramente a ofensiva dos EUA na região e, em entrevista na segunda-feira (20), sugeriu que a solução seria “tirar” o então presidente Donald Trump do poder, comentário que gerou controvérsia interna e nos Estados Unidos.
Trump, por sua vez, acusa o governo colombiano de cumplicidade no tráfico de drogas, chamando Petro de “líder ilegal de drogas” e ameaçando cortar financiamentos e aumentar tarifas comerciais ao país.
Em resposta, Petro qualificou Trump como “grosseiro e ignorante” e convocou o embaixador colombiano nos Estados Unidos de volta, um gesto diplomático que indica descontentamento.
As operações militares americanas são alvo de críticas por parte de governos locais, opositores e especialistas jurídicos que questionam a legalidade dessas ações.
Segundo membros do governo Trump, a estratégia atual combina pressão militar e diplomática para tentar remover Nicolás Maduro do poder na Venezuela, se necessário, pela força.
Estão em curso até operações secretas autorizadas pela CIA dentro da Venezuela e até ataques diretos estão sendo considerados.
Maduro acusa Washington de usar a luta antidrogas como pretexto para desestabilizar seu governo. Os EUA afirmam que o ditador lidera a rede de tráfico conhecida como Cartel de los Soles, embora especialistas neguem sua existência. Washington oferece recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Maduro.
As informações foram apuradas com a agência Reuters.
Créditos: Folha de S.Paulo