EUA reforçam presença militar no Caribe visando operação na Venezuela
O Exército dos Estados Unidos está reformando uma antiga base naval da Guerra Fria no Caribe, conforme revelou uma investigação visual da Reuters, indicando preparativos para operações prolongadas que poderiam apoiar possíveis ações na Venezuela.
As obras na base naval Roosevelt Roads, localizada em Porto Rico e desativada há mais de 20 anos, estavam ativas no dia 17 de setembro, quando equipes limparam e repavimentaram os acessos à pista, segundo fotos da Reuters.
Antes do fechamento pela Marinha em 2004, Roosevelt Roads foi uma das maiores estações navais dos EUA no mundo.
A base tem posição estratégica e oferece grande espaço para equipamentos de monitoramento, afirmou um funcionário dos EUA em comunicado.
Além de melhorias nas capacidades de pouso e decolagem em Roosevelt Roads, os EUA estão construindo instalações em aeroportos civis de Porto Rico e em St Croix, nas Ilhas Virgens Americanas.
Esses territórios ficam a cerca de 800 quilômetros da Venezuela.
A Reuters entrevistou três oficiais militares americanos e três especialistas marítimos, que indicaram que as novas construções em Porto Rico e nas Ilhas Virgens sugerem preparativos para operações militares dentro da Venezuela.
O presidente venezuelano Nicolás Maduro tem repetidamente acusado os EUA de tentarem removê-lo do poder.
Esse desenvolvimento militar na região é o maior, fora ações de socorro em desastres, desde 1994, quando os EUA enviaram dois porta-aviões e mais de 20 mil soldados ao Haiti para a “Operação Uphold Democracy”.
Desde o início de setembro, os EUA realizaram 21 ataques contra supostos navios de drogas no Caribe e Pacífico, resultando na morte de 83 pessoas.
Esses ataques intensificaram as tensões com Venezuela e Colômbia e atraíram atenção a uma região que havia recebido poucos recursos militares americanos nos últimos anos.
Questionada sobre a ampliação militar, a Casa Branca afirmou que o presidente Donald Trump prometeu combater os cartéis de drogas locais durante a campanha.
O reforço militar no Caribe começou em agosto, com a chegada de navios de guerra, um submarino nuclear, caças e aviões espiões.
O grupo de ataque do porta-aviões Ford, com cerca de 10 mil soldados, dezenas de aeronaves e sistemas de armas, está a caminho da região.
Imagens de satélite e dados mostraram um dos contratorpedeiros da Ford passando por Gibraltar em 29 de outubro.
Segundo reportagens da Reuters e oficiais americanos, desde agosto a administração Trump enviou para a região pelo menos 13 navios de guerra, cinco embarcações de apoio e um submarino nuclear, incluindo o porta-aviões Gerald Ford, o maior do seu tipo.
Oito navios permanecem na área, junto com embarcações de apoio.
Embora o objetivo final dessa construção em larga escala ainda não esteja claro, os preparativos para operações dentro da Venezuela estão em curso, algo que o presidente Trump também indicou.
Créditos: CNN Brasil