Política
18:08

Ex-comandante da Marinha Almir Garnier é preso após condenação por trama golpista

O ex-comandante da Marinha, Almir Garnier Santos, foi preso em Brasília e condenado a 24 anos de prisão por participar de uma trama golpista. Ele foi o único comandante das Forças Armadas identificado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) como aliado do plano, tendo colocado tropas da Marinha à disposição do então presidente Jair Bolsonaro.

A prisão aconteceu na Estação Rádio da Marinha, conforme decisão do ministro Alexandre de Moraes. Garnier foi condenado por cinco crimes: organização criminosa armada, tentativa de golpe de Estado, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, dano qualificado contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.

A delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, foi peça fundamental no julgamento. Cid informou que, em 7 de dezembro de 2022, durante uma reunião no Palácio da Alvorada, Bolsonaro apresentou um plano golpista aos comandantes militares e que Garnier mostrou apoio à proposta.

Na defesa, os advogados de Garnier negaram seu envolvimento na trama e pediram absolvição, ressaltando a ausência de provas concretas e apontando contradições nos depoimentos dos ex-comandantes do Exército, Freire Gomes, e da Aeronáutica, Baptista Júnior. Enquanto Baptista afirmou que Garnier colocou tropas à disposição de Bolsonaro, Freire declarou que ele apenas se posicionou “com o Presidente” em respeito à hierarquia.

A defesa também questiona a credibilidade da delação de Mauro Cid, alegando que o depoimento contém omissões e inconsistências. Sustentam ainda que não existem provas suficientes para ligar diretamente Garnier aos atos violentos de 8 de janeiro de 2023, em que líderes extremistas invadiram as sedes dos Três Poderes.

Créditos: O Globo

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