Ex-presidente russo Medvedev acusa EUA de hostilidade e ameaça de guerra
Dmitry Medvedev, ex-presidente da Rússia e atual vice-presidente do Conselho de Segurança do país, declarou que os Estados Unidos são inimigos da Rússia e que o governo de Donald Trump “entrou de vez no caminho da guerra” contra a Rússia.
Essas declarações de Medvedev ocorreram após o governo dos EUA anunciar sanções econômicas contra as maiores petrolíferas russas, Lukoil e Rosneft. O governo americano justificou as medidas afirmando que as sanções são uma resposta à recusa do presidente Vladimir Putin em encerrar o conflito na Ucrânia.
As sanções vieram logo depois do cancelamento de uma reunião entre Trump e Putin, planejada para discutir o fim da guerra na Ucrânia, que atingirá quatro anos em fevereiro de 2026. Essa mudança reflete dificuldades nas negociações e uma possível frustração do presidente dos EUA.
Em julho, Medvedev havia afirmado que “cada novo ultimato de Trump é mais um passo em direção à guerra” depois de Trump impor um prazo para cessar-fogo na Ucrânia, acompanhado de ameaças tarifárias. A trégua não foi aceita e as tarifas foram aplicadas.
Além disso, Medvedev ameaçou os EUA com o uso da “Mão Morta”, um sistema automático soviético de lançamento de mísseis nucleares considerado uma “arma apocalíptica”.
Na quarta-feira (22), os EUA impuseram sanções econômicas que proíbem transações e bloqueiam bens das empresas Lukoil e Rosneft, além de suas subsidiárias. Essa foi a primeira rodada de sanções contra a Rússia durante o segundo mandato de Trump, marcando uma mudança em sua política, que até então baseava-se principalmente em tarifas comerciais.
No mesmo dia, a União Europeia aprovou o 19º pacote de sanções contra Moscou, incluindo a proibição de importações de gás natural liquefeito russo. O Reino Unido também sancionou as mesmas petrolíferas na semana anterior.
Ainda na quarta, a Rússia realizou grandes exercícios militares com uso de mísseis balísticos capazes de transportar ogivas nucleares, lançados a partir de bases terrestres, submarinos e aeronaves, com alcance suficiente para atingir os Estados Unidos.
Trump tenta encerrar rapidamente o conflito na Ucrânia, porém enfrenta dificuldades devido à complexidade do assunto e das negociações. Após meses sem progressos, ele conversou com Putin e anunciou a intenção de realizar uma reunião em Budapeste, mas pouco depois informou que não pretende se encontrar com o líder russo “no futuro imediato” para evitar um encontro “desperdiçado”.
O Kremlin afirmou que os preparativos continuam, mas ainda não há data definida, considerando necessário um preparo completo.
O impasse entre os países ocorre após a Rússia reiterar aos EUA que a Ucrânia deve ceder o controle total da região de Donbas para um possível acordo de paz, posição que contrasta com a proposta de Trump de negociar com base nas linhas de frente atuais. O vice-ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Ryabkov, não confirmou se a posição foi oficialmente comunicada.
As tensões e as ações recentes indicam uma escalada na postura russa diante dos Estados Unidos, em meio a sanções econômicas e exercícios militares.
Créditos: g1