FGC arcará com R$ 41 bilhões na liquidação do Banco Master, maior resgate da história
O Fundo Garantidor de Crédito (FGC) terá que desembolsar R$ 41 bilhões devido à liquidação extrajudicial do Banco Master, decisão tomada pelo Banco Central na terça-feira, 18 de novembro de 2025. Esta será a maior operação de resgate já realizada pelo fundo. Estima-se que aproximadamente 1,6 milhão de credores possuem depósitos e investimentos que são elegíveis para pagamento.
O FGC é uma entidade privada responsável por proteger depositantes e investidores contra a quebra de bancos e financeiras, garantindo até R$ 250 mil por CPF em produtos como CDB, Poupança, LCI e LCA. Sua função é minimizar riscos para os clientes e manter a estabilidade do sistema financeiro.
Mantido por contribuições mensais feitas por bancos e demais instituições financeiras, o fundo acumula recursos para atuar em intervenções e resolver quebras. Um resgate de R$ 41 bilhões utilizará uma parte significativa do patrimônio do FGC, reduzindo sua margem financeira.
Mesmo com capacidade para captar recursos, o tamanho do resgate pressiona o sistema financeiro e reduz a folga de segurança do fundo no curto prazo.
Em setembro de 2025, o FGC contava com patrimônio total de R$ 160 bilhões, dos quais R$ 122 bilhões estavam disponíveis em caixa para suas operações.
Este resgate é o maior registrado na história, superando os maiores valores anteriores corrigidos pela inflação.
O Banco Central realizou a liquidação extrajudicial do Banco Master e algumas de suas subsidiárias. Conforme comunicado do FGC, os pagamentos de R$ 41 bilhões serão processados segundo regulamento, com base nos valores enviados pelo liquidante indicado pelo Banco Central.
Não existe prazo legal definido para o começo das transferências, mas, em média, elas ocorrem em cerca de 30 dias.
O aplicativo do FGC está disponível para os clientes afetados pela liquidação (nas versões Android e iOS). Os credores podem se cadastrar e solicitar o recebimento dos recursos, além de acompanhar o andamento do processo por meio de notificações.
Na mesma terça-feira, a Polícia Federal prendeu Daniel Vorcaro, fundador do Banco Master. Ele é investigado por crimes relacionados a um esquema que gerava carteiras de crédito sem lastro real, comercializadas a outras instituições financeiras.
A Operação Compliance Zero, conduzida em conjunto pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal, teve início em 2024 após a identificação de irregularidades pelo Banco Central. A fraude envolveu cerca de R$ 12 bilhões, conforme informou o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues.
A prisão de Vorcaro ocorreu no aeroporto de Guarulhos, quando ele tentava deixar o país. O empresário mineiro, de 42 anos, é acusado de comandar o esquema fraudulento.
O Banco Master emitia CDBs prometendo remunerações irrealistas, cerca de 40% acima das taxas praticadas no mercado.
Créditos: Poder360