Flávio Bolsonaro defende anistia e critica Alexandre de Moraes após prisão de ex-presidente
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) declarou nesta segunda-feira (24) que o principal objetivo da oposição nos próximos dias é aprovar a anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023, beneficiando o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Ele rejeitou o apoio do partido ao projeto da dosimetria, mas defende que este seja debatido na Câmara dos Deputados.
Depois que o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão preventiva do ex-presidente no sábado (22), parlamentares do PL se reuniram para definir a estratégia da oposição.
Flávio ressaltou que a oposição não tem compromisso com a dosimetria, mas sim com a anistia, afirmando: “Que vença quem tiver mais votos, como sempre foi. Sem a interferência de outros Poderes”. Ele destacou que a anistia seria a única forma de reverter as “punições absurdas impostas a pessoas inocentes”.
Há expectativa de que, se a proposta for analisada no plenário, a oposição consiga modificá-la. O relator do projeto, deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP), rejeita um perdão amplo e defende a redução das penas. Apesar disso, Flávio afirmou que a oposição não pretende obstruir os trabalhos no Congresso, como ocorreu em agosto.
Jair Bolsonaro foi condenado a 27 anos e três meses de prisão pela suposta tentativa de golpe de Estado. A prisão está relacionada a um inquérito sobre a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos.
A decisão de prender Bolsonaro baseou-se em sua tentativa de remover a tornozeleira eletrônica e na vigília convocada por Flávio. Para o ministro Moraes, a vigília seria uma tentativa de “reviver” os acampamentos do 8 de janeiro. Flávio, por sua vez, considerou a violação da tornozeleira menos importante e acusou o ministro de “intolerância religiosa”.
“Ele aparenta ter um poder sobrenatural de prever o futuro. Errou novamente. Nunca tivemos intenção de causar tumulto com a vigília”, afirmou.
O senador acrescentou que o motivo usado para a prisão foi “esdrúxulo, covarde e inconstitucional” e serviu para criminalizar a liberdade religiosa. Segundo ele, a vigília ocorreu, as orações foram feitas e todos voltaram para casa de forma pacífica, contrariamente ao que foi registrado pelo ministro Moraes.
Em vídeo divulgado pelo STF, Bolsonaro afirma ter usado um ferro de solda para remover a tampa da tornozeleira “por curiosidade”. Flávio reiterou a defesa de que o pai estava sob efeito de medicamentos, o que o deixava com a fala arrastada na gravação.
Ele também citou um laudo médico apresentado pela defesa e criticou Moraes por zombar ao dizer que Bolsonaro violou o equipamento “dolosa e conscientemente”. Mais cedo, a Primeira Turma do STF confirmou por unanimidade a prisão do ex-presidente.
“Alexandre de Moraes virou um negacionista, negando a ciência. Ignorou as provas, finge não ver e ainda faz chacota”, declarou Flávio Bolsonaro.
Créditos: Gazeta do Povo