Política
04:09

Flávio Bolsonaro diz que pai pediu anistia ao Congresso para envolvidos no 8 de Janeiro

O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) afirmou nesta terça-feira (25.nov.2025) que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), preso preventivamente desde sábado (22.nov), fez um pedido direto aos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil – AP), para que coloquem em pauta o projeto de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro.

A declaração foi dada após Flávio visitar o pai na Superintendência da Polícia Federal (PF), em Brasília. Segundo o senador, Bolsonaro pediu que eles insistissem para que o projeto fosse debatido, mencionando que esse pedido já havia sido feito nas eleições dos presidentes das Casas.

Flávio afirmou acreditar que a oposição tem votos suficientes para aprovar o projeto de lei da anistia tanto na Câmara como no Senado. Ele ressaltou que o processo legislativo definirá a maioria necessária para que o texto seja aprovado.

O senador ainda comentou que a oposição pretende usar emendas para construir um texto que atenda aos seus interesses, sobretudo em relação à anistia, e não à dosimetria, dependendo do relatório do deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP).

O Partido Liberal (PL), do qual Jair Bolsonaro é membro, pretende votar nesta semana ou na próxima um projeto que conceda anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro. A proposta está sendo articulada para ser pautada após a reunião de líderes marcada para esta terça-feira (25.nov).

Essa movimentação ocorre em um contexto no qual Hugo Motta e Davi Alcolumbre romperam relações com os líderes do governo nas respectivas Casas.

Flávio Bolsonaro também relatou que alguém proibiu a família de levar comida para Jair Bolsonaro na PF, embora ainda não saiba quem deu essa ordem. O ex-presidente estaria se alimentando de comida caseira enviada pela ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, preparada conforme orientações médicas.

Ele explicou que o ex-presidente necessita de alimentação especial devido a problemas intestinais e sequelas de uma cirurgia.

O senador acrescentou que Bolsonaro tem receio de que algo possa acontecer com ele na PF, não por desconfiança dos policiais federais, mas por não conhecer a origem da comida até seu recebimento.

Ainda sobre o caso, os advogados do ex-presidente não apresentaram novos embargos de declaração contra a condenação por tentativa de golpe de Estado dentro do prazo, que terminou às 23h59 de segunda-feira (24.nov).

Embargos de declaração são recursos usados para apontar omissões ou contradições em decisões judiciais, e normalmente não alteram a pena, servindo apenas para esclarecer o acórdão.

A defesa ainda pode entrar com embargos infringentes, que visam modificar a pena, mas o Supremo Tribunal Federal (STF) entende que esse recurso só cabe quando ao menos dois ministros votam pela absolvição, o que não ocorreu no caso de Bolsonaro — só Luiz Fux divergiu.

Questionado sobre a estratégia da defesa, Flávio disse não saber e não ter conversado com os advogados, mas acredita que eles podem apresentar os embargos infringentes.

Por fim, o senador considerou mais viável o retorno de Bolsonaro à prisão domiciliar, ressaltando que o ex-presidente, de 70 anos, deveria estar em casa, pois no local onde está atualmente ele fica sozinho e precisa de cuidados específicos, como os oferecidos pela ex-primeira-dama durante a noite, que o auxilia em crises e cuida da posição correta da cama.

Créditos: Poder360

Modo Noturno