Força-tarefa apreende bebidas sem procedência após mortes por metanol em SP

Uma força-tarefa do governo de São Paulo apreendeu 117 garrafas de bebida sem rótulo e procedência comprovada em três estabelecimentos localizados nos bairros Jardim Paulista e Mooca, na capital paulista. Até o dia 29 de setembro de 2025, três mortes com intoxicação por metanol foram confirmadas.

Os locais fiscalizados são suspeitos de comercializar bebidas adulteradas com metanol, uma substância altamente tóxica para o ser humano. As garrafas apreendidas foram encaminhadas ao Instituto de Criminalística da Polícia Técnico-Científica para perícia. Dois dos estabelecimentos foram autuados por irregularidades sanitárias.

Desde junho de 2025, o governo de São Paulo identificou seis casos de intoxicação por metanol, possivelmente em decorrência do consumo dessas bebidas adulteradas. Atualmente, dez casos estão sob investigação, incluindo três mortes: um homem de 58 anos em São Bernardo do Campo, um de 54 anos na capital paulista e outro de 45 anos, cuja cidade de residência não foi informada.

O Centro de Vigilância Sanitária (CVS) recomendou que bares, empresas e demais estabelecimentos redobrem os cuidados quanto à procedência dos produtos ofertados, aconselhando a população a comprar bebidas apenas de fabricantes legalizados, com rótulo, lacre de segurança e selo fiscal, para evitar casos de intoxicação que podem ser fatais.

A operação foi realizada pelas secretarias da Saúde (SES) e da Segurança Pública (SSP) em conjunto com o Centro de Vigilância Sanitária estadual e a Vigilância em Saúde do Município de São Paulo (Covisa), segundo informou a Agência Brasil.

O governo federal confirmou o décimo caso de intoxicação por metanol em São Paulo relacionado ao consumo de bebida alcoólica. Até a tarde de 29 de setembro de 2025, três mortes haviam sido oficialmente confirmadas pelo Laboratório de Toxicologia Analítica do CIATox-Campinas, baseado na identificação de um novo padrão detectado desde 1º de setembro.

De acordo com o Ministério da Justiça, os casos recentes apresentam um padrão distinto dos anteriores. Historicamente, as intoxicações por metanol estavam associadas principalmente a pessoas em situação de vulnerabilidade extrema ou em situação de rua, decorrentes do consumo de álcool adulterado encontrado em postos de gasolina.

No entanto, desde o início de setembro, os pacientes intoxicados relataram consumo recente de bebidas alcoólicas destiladas em ambientes sociais, como bares, envolvendo diferentes tipos de bebida, incluindo gin, whisky e vodka.

A intoxicação por metanol é uma emergência médica grave, pois a substância é metabolizada no organismo em compostos tóxicos, como formaldeído e ácido fórmico, que podem provocar a morte.

Sintomas principais incluem visão turva ou perda da visão, que pode evoluir para cegueira, além de náuseas, vômitos, dores abdominais e sudorese. Diante da suspeita desses sintomas, a recomendação é procurar imediatamente atendimento médico de emergência.

Créditos: Gazeta do Povo