Internacional
18:06

Furacão Melissa atinge Cuba com ventos de 195 km/h após devastar Jamaica

O furacão Melissa chegou a Cuba na madrugada de quarta-feira (29) com ventos de até 195 km/h, conforme informou o Centro Nacional de Furacões dos Estados Unidos (NHC). Antes disso, a tempestade deixou grave destruição na Jamaica.

Na Jamaica, a maioria da população ficou sem acesso à internet e os principais aeroportos foram fechados, dificultando as avaliações das autoridades sobre os danos ocorridos. O governo declarou o país “zona de desastre” e alertou os moradores para que permaneçam protegidos devido aos riscos de inundações e deslizamentos.

Imagens divulgadas nas redes sociais mostraram estradas e carros destruídos, além de árvores derrubadas e telhados arrancados pela força dos ventos. O aeroporto de Montego Bay sofreu alagamentos nas áreas de espera, vidros quebrados e tetos desabados. Melissa foi uma das mais fortes tempestades de categoria 5 já registradas na Jamaica, alcançando ventos de até 295 km/h.

Até o momento, a tempestade causou mais de 45 mortes na região — incluindo pelo menos 40 no Haiti, conforme comunicado de Steven Aristil, da Agência de Proteção Civil haitiana, à Associated Press, quatro na Jamaica, três no Panamá e uma na República Dominicana.

Muitas regiões da Jamaica ainda estão isoladas. No sudoeste, a paróquia de St. Elizabeth ficou bastante inundada e mais de 500 mil moradores ficaram sem energia elétrica.

O furacão demorou horas para cruzar a Jamaica, o que fez com que a intensidade dos ventos diminuísse para categoria 3, subindo novamente para categoria 4 depois. O NHC qualificou o fenômeno como “extremamente perigoso”. Aproximadamente cinco horas após atingir Cuba, o furacão perdeu força, alcançando categoria 2.

Na ilha, pelo menos três pessoas morreram. Aproximadamente 735 mil pessoas foram evacuadas conforme se aproximava a tempestade. O presidente cubano Miguel Díaz-Canel alertou que o furacão causaria “danos significativos” e pediu que a população cumprisse as ordens de retirada.

Seis províncias cubanas (Granma, Las Tunas, Holguín, Camagüey, Santiago de Cuba e Guantánamo) entraram em estado de alerta. Desde segunda-feira, moradores estocavam suprimentos e reforçavam os telhados. Aulas e atividades não essenciais foram suspensas.

O centro do furacão passou por Guamá, área rural e montanhosa próxima a Santiago de Cuba, segunda maior cidade do país. Vídeos mostraram enxurradas de água barrenta descendo por ruas próximas à Serra Maestra.

Autoridades relataram alagamentos extensos desde Santiago até Guantánamo, onde mais de 35% da população deixou suas residências. O furacão não deve atingir diretamente a capital cubana, Havana. Devido à escassez de alimentos, combustíveis, eletricidade e medicamentos em Cuba, a situação para a população torna-se ainda mais difícil, provocando uma migração recorde desde 2021.

Inundações repentinas e deslizamentos também são previstos para o Haiti e a República Dominicana. No Haiti, escolas, comércios e órgãos administrativos foram fechados nesta quarta-feira.

Segundo análise da AFP baseada em dados da NOAA, Melissa se tornou o furacão mais forte a atingir a Jamaica em 90 anos, comparável ao “furacão do Dia do Trabalho” de 1935, que arrasou o arquipélago Florida Keys, EUA, com ventos próximos a 300 km/h.

Desde 1842, poucos fenômenos atingiram essa intensidade ao chegar à terra. O recorde absoluto de ventos ficou com o furacão Patricia, no Pacífico em 2015, e o tufão Nancy, em 1961, ambos com rajadas de 343 km/h.

Furacões ocorrem no Atlântico Norte e no nordeste do Pacífico. Nações de outras regiões nomeiam tempestades semelhantes como tufões no noroeste do Pacífico e ciclones no oceano Índico e sul do Pacífico.

As informações foram compiladas com agências Reuters e AFP.

Créditos: Folha de S.Paulo

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