General dos EUA visitará Trinidad e Tobago em meio a tensão com a Venezuela
O chefe do Estado-Maior Conjunto dos Estados Unidos, General Dan Caine, visitará Trinidad e Tobago na terça-feira (25), em um contexto de tensões com a Venezuela. Trinidad e Tobago, um país formado por duas ilhas, está localizado a pouco mais de 10 quilômetros da Venezuela no ponto mais próximo.
De acordo com a embaixada americana em Trinidad e Tobago, o general se encontrará com a primeira-ministra Kamla Persad-Bissessar para tratar das relações bilaterais entre os países e das ações contra o tráfico na região.
“A visita terá como foco o fortalecimento da estabilidade regional e a unidade sobre a importância crucial do combate ao tráfico ilícito e às organizações criminosas transnacionais”, afirma o comunicado da embaixada.
O general já está no Caribe: segundo o jornal The New York Times, Dan Caine esteve em Porto Rico nesta segunda-feira (24), onde visitou uma embarcação de guerra destinada a operações contra o narcotráfico na região.
Trinidad e Tobago tem sido um dos principais apoiadores das ações dos EUA no Caribe, que segundo Washington, visam combater o narcotráfico. Quando as forças americanas iniciaram sua presença militar em agosto, a primeira-ministra declarou apoio total às operações.
Ela também alertou que, caso a Venezuela atacasse a Guiana, Trinidad e Tobago permitiria o acesso americano para fins de defesa.
Com essa posição, a primeira-ministra indicou disposição para abandonar a neutralidade que manteve por anos, buscando uma relação pragmática com a Venezuela baseada em interesses econômicos.
“Eu, assim como a maioria do país, estou satisfeita com o sucesso da missão da Marinha dos EUA”, afirmou a primeira-ministra no início de setembro, quando os EUA atacaram pela primeira vez uma embarcação no Caribe. Ela acrescentou que todos os narcotraficantes “deveriam ser mortos violentamente”.
No fim de outubro, o destróier USS Gravely da Marinha dos EUA esteve em Trinidad e Tobago para realizar exercícios militares durante vários dias, manobras que o governo venezuelano classificou como “provocação hostil”.
Além disso, o presidente Maduro anunciou a suspensão dos acordos bilaterais de gás em resposta à “ameaça da primeira-ministra de transformar Trinidad e Tobago no porta-aviões do império americano contra a Venezuela”.
Na semana passada, os EUA iniciaram novos exercícios militares em Trinidad e Tobago, que Maduro chamou de planos “irresponsáveis”.
O Ministro das Relações Exteriores de Trinidad e Tobago, Sean Sobers, declarou que os exercícios continuariam “devido à violência constante e à atividade de gangues criminosas”.
Em meio ao cenário, o ex-primeiro-ministro Keith Rowley negou ter assinado qualquer acordo permitindo que os EUA usem o país como base para atacar países vizinhos.
O Acordo sobre o Estatuto das Forças (SOFA), assinado em 2007, regula a presença temporária e as atividades dos militares dos EUA em Trinidad e Tobago. Sua atualização recente removeu uma data específica de expiração.
Créditos: CNN Brasil