Governadores de SP divergem sobre prisão de Bolsonaro decretada pelo STF
Em um jantar realizado no hotel Palácio Tangará, em São Paulo, nesta segunda-feira (24), os governadores do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), apresentaram opiniões contrastantes sobre a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no sábado (22).
Eduardo Leite defendeu a prisão argumentando que a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica justifica a medida. Ele lamentou a polarização política do Brasil e defendeu uma candidatura com perfil moderado para as eleições de 2026.
“Do ponto de vista técnico-jurídico, parece que a tentativa de violação da tornozeleira justifica a prisão. Agora, do ponto de vista político-institucional do país, eu não posso deixar de lamentar mais uma vez que a gente viva um momento como esse, fruto desse tensionamento, da polarização radicalizada”, afirmou Leite.
Ele ainda criticou a direita radical liderada por Bolsonaro, afirmando que esse grupo não buscou construir um país mais leve e próspero para os empreendedores, mas sim destruir o adversário. Leite espera que os próximos meses levem a uma candidatura capaz de promover um país diferente.
Essa posição está alinhada à sua ambição de disputar a Presidência em 2026 e à estratégia nacional do PSD, presidido por Gilberto Kassab, que se posiciona contra os extremos e considera Eduardo Leite ou Ratinho Junior, governador do Paraná, para a disputa se Tarcísio de Freitas tentar reeleição ao governo de São Paulo.
Por outro lado, Romeu Zema defendeu Bolsonaro e chamou a prisão de excessiva, sugerindo que há uma perseguição política. Ele destacou que normalmente a expedição do mandado para prender detentos que rompem a tornozeleira eletrônica demora meses, mas, neste caso, foi rápida.
Para Zema, a tentativa de danificar a tornozeleira foi uma situação extrema diante das circunstâncias, mas ele rejeitou a ideia de que Bolsonaro tentou fugir, considerando o uso da tornozeleira e a vigilância domiciliar.
O governador mineiro também apoiou a aprovação de uma anistia para condenados por tentativa de golpe e manifestou o desejo de que vários governadores de direita disputem a Presidência em 2026.
Romeu Zema está entre os nomes cotados a vice em chapas presidenciais, sendo citado ao lado de candidatos como Ronaldo Caiado (União), Tarcísio de Freitas (Republicanos) e Ratinho Junior.
Créditos: Gazeta do Povo