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Governo federal critica operação policial no Rio e apoia PEC da Segurança

Após anunciar uma parceria com o governo do Rio para criar um escritório emergencial de combate ao crime organizado, o governo federal divulgou nas redes sociais um vídeo criticando a Operação Contenção, realizada nos complexos do Alemão e da Penha.

A operação, que ocorreu em 28 de outubro, resultou em 119 mortes, incluindo quatro policiais, sendo a ação mais letal do país envolvendo policiais, segundo Samira Bueno, diretora-executiva do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.

No vídeo intitulado “Explicando a operação policial no Rio de Janeiro com… inteligência”, o governo Lula afirma que o crime organizado é um dos maiores problemas brasileiros, responsável por destruir famílias, oprimir moradores e espalhar drogas e violência.

O vídeo reconhece o medo diante do crime organizado, mas afirma que matar criminosos não resolve o problema. Destaca o risco das operações para famílias, crianças e policiais envolvidos.

A campanha defende que matar 120 pessoas, mesmo que sejam criminosos, não soluciona o problema, pois outros sempre surgem para ocupar esses espaços. O vídeo usa um tom irônico ao dizer que para atacar o crime é preciso mirar na cabeça, “mas não de pessoas”.

Em vez disso, defende atacar o “cérebro e o coração” das organizações criminosas. Como exemplo, cita uma operação realizada pelo Ministério Público com a Receita Federal em agosto contra o PCC nos setores de combustíveis e mercado financeiro.

O vídeo finaliza afirmando que o combate ao crime requer mais inteligência e menos violência.

A campanha também promove a PEC da Segurança, proposta pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que busca reforçar a atuação federal na área e estabelecer diretrizes para órgãos de segurança em todo o país. Segundo o governo, a proposta incentiva a integração das polícias para enfrentar o crime organizado.

“Se o crime é organizado, a resposta também tem que ser”, diz o vídeo, ressaltando a necessidade de atuação conjunta das polícias brasileiras.

O conteúdo foi publicado no perfil oficial do governo federal e compartilhado pela ministra da Secretaria de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann.

A criação do escritório emergencial no Rio foi anunciada um dia após a troca de críticas entre o governo do Rio, liderado por Cláudio Castro, e o ministro Lewandowski, que cobrou responsabilidade do governador ou a desistência das ações contra o crime.

Créditos: Folha de S.Paulo

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