Haddad destaca diálogo Brasil-EUA e avanço da reforma tributária
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), chamou o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de “companheiro” depois que Trump afirmou ter química com o presidente Lula (PT) em 23 de setembro.
Haddad comentou que Trump gostou de Lula e pretende iniciar conversas sobre temas importantes como integração econômica, investimentos mútuos e parcerias.
O ministro ressaltou que os EUA estão sentindo os efeitos da sobretaxa de 50% aplicada a produtos brasileiros, pagando preços elevados por café e carne.
Em um evento sobre direito tributário no Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP), Haddad ironizou as tarifas impostas por Trump e expressou esperança de que o diálogo entre os dois líderes seja produtivo.
Ele explicou que a ideia de aumentar as tarifas em até 40% sobre produtos brasileiros fez com que os americanos paguem mais por itens como café e carne.
Haddad também disse que o Brasil está preparado para enfrentar desafios, incluindo a guerra fiscal entre países, e que tem avançado nas relações com Ásia, Europa e África.
O ministro afirmou que o país está apto a negociar com grandes atores internacionais e que até o final do ano será firmado um acordo significativo com a União Europeia e o Mercosul.
Ele recordou o período do governo do ex-presidente Joe Biden, destacando que haviam discussões sobre investimentos estratégicos ligados à transformação ecológica, e espera que essas iniciativas sejam retomadas, aproximando Brasil e EUA.
Além das relações bilaterais, Haddad falou sobre a reforma tributária brasileira, destacando que o processo eliminará distorções no sistema de impostos.
Nesta terça-feira, Haddad declarou em entrevista ao canal ICL que o Brasil aproveita esse momento para realizar a maior reforma tributária da sua história e corrigir injustiças que beneficiavam os mais ricos por meio de litigâncias contra o Estado.
Ele informou que o projeto para ampliar a faixa de isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5.000 mensais deve ser sancionado pelo presidente Lula em outubro.
O principal desafio após a aprovação será financiar a renúncia de receita, prevista para ser compensada pela taxação dos “super-ricos”, que devem pagar cerca de R$ 30 bilhões, apesar da resistência da oposição no Congresso.
Além disso, o segundo projeto da reforma tributária foi aprovado recentemente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Essa versão reduz a possibilidade de autuações a empresas que não conseguirem cumprir as novas obrigações fiscais no ano-teste de 2026.
De acordo com o texto, o contribuinte será notificado para resolver pendências antes da aplicação definitiva de multas. Se atender a solicitação em até 60 dias, a penalidade será cancelada.
Créditos: Folha de S.Paulo