Hugo Motta rompe com líder do PT e tensiona relação entre Planalto e Congresso

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), confirmou no dia 24 de novembro de 2025 seu rompimento com o líder do PT na Casa, Lindbergh Farias (PT-RJ). A crise se deve a críticas repetidas do petista contra Motta, que culminaram em um atrito mais grave durante a tramitação do PL Antifacção.

O desgaste entre a direção da Câmara e o Palácio do Planalto vem crescendo nos últimos meses. A situação se agravou após Motta indicar o deputado Guilherme Derrite (PL-SP) como relator do projeto de Lei Antifacção, decisão que desagradou o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Antes desse episódio, Lula havia feito uma declaração em um evento, no qual Motta estava presente no palco, criticando o Poder Legislativo. O presidente afirmou que o Congresso nunca atingiu um “baixo nível” como o atual, comentário que, segundo aliados, gerou desconforto para o presidente da Câmara.

Segundo um interlocutor de Motta, não há mais diálogos com Lindbergh Farias: “Não tem coisas vindas dele, o presidente não acolhe”, afirmou.

No Senado, a situação também está tensa. Após a indicação do advogado-geral da União (AGU), Jorge Messias, para a vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) que foi aberta recentemente, o presidente da Casa, Davi Alcolumbre (União-AP), deixou de manter contato com o governo.

Alcolumbre se sentiu ofendido pela escolha de Messias, enquanto apoiava o nome do senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a Suprema Corte. Em retaliação, anunciou, no mesmo dia da indicação, que pautaria um projeto contrário aos interesses do governo, que trata da aposentadoria especial para agentes comunitários de saúde e de combate às endemias.

Créditos: Metropoles