Internacional
15:09

Ilhas Turks e Caicos lidam entre receio e alívio com furacão Melissa

No aeroporto modesto das Ilhas Turks e Caicos, território ultramarino do Reino Unido no Caribe, as TVs mostravam apenas um tema: o furacão Melissa. Independentemente do estabelecimento ou canal, o fenômeno meteorológico dominava as notícias e debates.

Melissa, que alcançou categoria 5 com ventos próximos a 300 km/h dias antes, atingiu a Jamaica na terça-feira (28) e provocou destruição. O arquipélago de 40 ilhas não estava diretamente na rota, mas o temor de um desvio fazia o assunto ser recorrente. O distanciamento do furacão trouxe grande alívio aos habitantes, apesar da tristeza pelos danos causados na Jamaica antes dele se direcionar à Cuba, já com velocidade inferior a 200 km/h.

Experiências passadas com furacões, como o Fiona em 2022, que causou inundações e falta de energia, especialmente em Providenciales — a maior ilha e a que concentra a população — mantêm a comunidade em alerta. Turistas e nativos lembram ainda dos furacões Irma e Maria, que causaram destruição cinco anos atrás.

Turks e Caicos, com cerca de 46 mil habitantes, tem o turismo como principal atividade econômica. Companhias aéreas como American Airlines, United e Delta operam voos diários para o destino. Embora algumas linhas aéreas tenham suspenso voos para locais afetados pelo furacão, as ilhas não foram diretamente impactadas. Um visitante relatou ter recebido uma mensagem de uma aérea oferecendo antecipação do retorno.

Nos voos para e de Caicos, observou-se movimento equilibrado de passageiros, cerca de 60 em cada trajeto. Nas praias, embarcações desapareceram nos dias seguintes e passeios para observação marinha foram suspensos em alguns resorts devido à possibilidade de ventos fortes.

Segundo relatos locais, alertas sobre aproximação de furacões geralmente chegam com 72 horas de antecedência, tempo considerado suficiente para evacuamento ou busca de abrigo. Em furacões anteriores, resorts chegaram a organizar voos privados para retirada de hóspedes. Muitas construções na ilha são de madeira, aumentando a vulnerabilidade.

Durante o voo de retorno a Newark, passageiros comentavam sobre o Melissa e relembrou-se também dos furacões Katrina e Sandy, que causaram danos severos e mortes nos EUA em 2005 e 2012.

Ao desembarcar, o governo jamaicano já trabalhava na avaliação dos danos, informando sobre mortes provocadas pelo furacão.

Créditos: Folha de S.Paulo

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