Incêndio em Hong Kong deixa 128 mortos e 200 desaparecidos
O número de mortos no incêndio que atingiu um complexo de apartamentos em Hong Kong subiu para 128, enquanto cerca de 200 pessoas continuam desaparecidas.
Até o momento, somente 39 corpos foram identificados. Enquanto as equipes extinguiam os focos de incêndio nas torres ainda fumegando, familiares analisavam fotografias dos mortos feitas pelos socorristas.
Mais corpos podem ser encontrados. Em coletiva, o chefe de segurança de Hong Kong, Chris Tang, afirmou que não descarta a possibilidade de descobrir outras vítimas quando a polícia entrar no prédio para investigações detalhadas.
“Nosso objetivo agora é garantir que a temperatura no prédio diminua e, assim que tudo for seguro, a polícia coletará evidências para conduzir uma investigação mais aprofundada”, declarou Tang.
As operações de resgate foram encerradas e pelo menos 79 pessoas ficaram feridas, incluindo 12 bombeiros que atuaram na contenção do incêndio.
Pelo menos 200 pessoas seguem desaparecidas. Mirra Wong, de 48 anos, comentou à Reuters que apenas reconhece que uma das fotos pode ser do corpo de seu pai, que ainda está desaparecido.
Dois diretores e um consultor da empreiteira Prestige Construction & Engineering foram presos por homicídio culposo. As prisões ocorreram após a descoberta de materiais inflamáveis deixados durante a manutenção da fachada.
O fogo atingiu o condomínio Wang Fuk Court, na região de Tai Po, um complexo com oito prédios de 31 andares, 2 mil apartamentos e mais de 4.600 moradores.
Os bombeiros acreditam que o fogo se espalhou de um prédio para outro devido aos ventos e às cinzas. Mais de 700 profissionais participaram do combate ao incêndio, somados a equipes de resgate e policiais.
As autoridades investigam as causas do incêndio. Os prédios eram feitos com estruturas de bambu, altamente inflamáveis, e envoltos por redes plásticas de proteção, uso comum em Hong Kong por ser uma tradição arquitetônica e pela ampla disponibilidade do material.
O incidente aconteceu após um ano de reclamações sobre a segurança do local. No ano passado, moradores foram informados de que os riscos de incêndio eram considerados relativamente baixos, mesmo com queixas sobre inflamabilidade durante obras de reforma.
O presidente da China, Xi Jinping, prestou condolências às famílias afetadas, pedindo que todos os esforços sejam feitos para extinguir o incêndio, minimizar vítimas e perdas, segundo o canal estatal CCTV.
Desde 1948, não havia um incêndio com número tão elevado de mortes em Hong Kong, quando 176 pessoas morreram em um incêndio em um armazém. O acidente gerou comparações ao incêndio da Grenfell Tower em Londres, que matou 72 pessoas em 2017.
Informações adicionais foram obtidas por meio da agência Reuters.
Créditos: UOL