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13:07

Incêndio em Hong Kong deixa 65 mortos e centenas desaparecidos

Um incêndio em sete edifícios residenciais em Hong Kong resultou até o momento em 65 mortos, 68 feridos hospitalizados — entre eles 16 em estado crítico e 25 em condição grave — e 279 pessoas desaparecidas, conforme os serviços de emergência locais anunciaram nesta quinta-feira (27).

O fogo iniciou na tarde de quarta-feira (26) e atingiu sete dos oito prédios de 31 andares do complexo Wang Fuk Court, localizado no distrito de Tai Po. Este é o pior incêndio do tipo ocorrido em Hong Kong nas últimas três décadas.

As chamas começaram em um edifício e se espalharam rapidamente, impulsionadas pelos andaimes de bambu cobertos com telas de segurança, lonas impermeáveis e placas de poliestireno expandido usados nas reformas externas do prédio, que começaram em julho de 2024.

Em 43 minutos, o Departamento de Bombeiros elevou o alarme do nível 1 ao nível 4 e, quatro horas depois, para o nível 5 — o grau máximo na escala local, acionado somente duas vezes na história recente da cidade.

As autoridades qualificaram como “inusual” a rapidez da propagação do fogo e confirmaram que havia material inflamável de poliestireno expandido nos prédios. Na manhã seguinte, os incêndios já estavam controlados em sete edifícios, restando chamas apenas em três deles, após cerca de 10 horas ininterruptas de combate.

O Corpo de Bombeiros mobilizou 1.250 profissionais, 304 veículos de emergência, 26 equipes especializadas e quatro drones para vigilância aérea, avançando com resgates e resfriamento quarto a quarto.

Há um risco de colapso parcial dos andaimes, que já apresentaram queda de fragmentos, exigindo extremo cuidado dos socorristas. A polícia prendeu dois diretores e um consultor de engenharia da empresa responsável pela obra, sob suspeita de homicídio culposo devido ao uso de materiais que teriam facilitado a propagação do fogo.

Agentes também revistaram os escritórios da administradora do condomínio e a residência de um dos detidos enquanto a investigação sobre a origem do incêndio prossegue.

John Lee, chefe do Executivo de Hong Kong, descreveu o evento como uma “catástrofe maciça” e anunciou a suspensão das atividades de campanha para as eleições legislativas previstas para 7 de dezembro, além de considerar a possibilidade de alterar a data do pleito.

Em reunião interdepartamental pela manhã, Lee ordenou inspeções imediatas em todas as obras de construção em Hong Kong para avaliar a segurança dos andaimes e dos materiais empregados.

A solidariedade aumentou, com doações do setor privado. A Fundação Jack Ma, Alibaba e Ant Group comprometeram 60 milhões de dólares de Hong Kong (aproximadamente 40 milhões de reais) para apoiar as vítimas e os serviços de resgate.

Empresas como BYD, NetEase, Trip.com, ByteDance e Didi também doaram 10 milhões de dólares de Hong Kong cada uma (cerca de 6,8 milhões de reais) para os esforços de assistência.

Essa tragédia ultrapassou o incêndio do edifício comercial Garley, em Kowloon, em 1996, que deixou 41 mortos e era até então o pior acidente desse tipo em tempos de paz na região.

Informações fornecidas por EFE.

Créditos: Jovem Pan

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