Cultura
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Intérprete de Libras destaca importância da inclusão cultural: “As pessoas saem dos eventos querendo aprender Libras”

Participação de intérpretes em eventos culturais desperta interesse do público e fortalece o acesso da comunidade surda à arte

A presença de intérpretes de Libras em eventos culturais tem despertado a curiosidade e o interesse do público, além de promover o acesso efetivo da comunidade surda à arte. Quem afirma isso é Márcia Maria Guilherme Barbosa, de 37 anos, servidora pública, pedagoga e tradutora-intérprete de Libras, natural de Currais Novos (RN). Atuando profissionalmente na área desde 2021, ela celebra o impacto da acessibilidade nos palcos e nos bastidores da cultura.

“O que eu acho mais massa desses eventos é que desperta a curiosidade do público ouvinte. Muita gente depois veio me procurar para saber onde aprende Libras, querendo fazer curso”, conta Márcia, que integra a comunidade surda desde a infância e hoje é uma referência na interpretação artística em sua região.

Segundo ela, a inclusão de intérpretes em apresentações culturais vai além da simples tradução: transforma a experiência e permite que a arte seja verdadeiramente universal.

“O uso de Libras no palco adiciona uma dimensão visual e expressiva à apresentação, criando uma conexão mais profunda e direta com o público. Isso não só melhora a experiência daqueles que dependem da língua de sinais, mas também educa o restante da plateia sobre a importância da inclusão”, afirma.

Desde criança, Márcia já atuava como ponte entre colegas surdos e professores, mesmo sem formação. Foi essa vivência que moldou sua fluência e despertou o desejo de se tornar intérprete profissional. “O incentivo veio dos próprios amigos surdos e da carência de profissionais. Quando tive minha primeira experiência na área artística, descobri que aquele era meu lugar”, relata.

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