Internacional
12:09

José Antonio Kast vence eleição no Chile e leva direita ao equilíbrio na América do Sul

O ultradireitista José Antonio Kast foi eleito presidente do Chile no domingo, 15, com aproximadamente 58% dos votos. Ele superou a candidata governista Jeannette Jara, que enfrentava a baixa popularidade do presidente Gabriel Boric, impedido pela Constituição chilena da era do ditador Augusto Pinochet de concorrer à reeleição. Com essa vitória, o cenário político da América do Sul avança para a direita. Enquanto antes a esquerda dominava por margem estreita, o equilíbrio político agora está empatado.

Essa alternância já é comum na história recente. Até meados do século XX, a maioria dos países sul-americanos estava sob regimes ditatoriais, inclusive Brasil e Argentina. A tendência à esquerda emergiu no início dos anos 2000, recebendo o nome de “onda rosa”, termo criado pelo jornalista Larry Rohter do jornal americano The New York Times, após a vitória do esquerdista Tabaré Vázquez no Uruguai.

Essa mudança foi favorecida pelo boom das commodities impulsionado pela demanda chinesa, que beneficiou países exportadores e estimulou o crescimento econômico, aliado à crescente pressão por redução da desigualdade social. Contudo, a crise de 2008, causada por uma bolha imobiliária nos Estados Unidos, e a queda nos preços das commodities desencadearam a ascensão de forças conservadoras na região, caracterizada por instabilidade democrática.

A eleição de Rodrigo Paz, de direita, na Bolívia em outubro iniciou esse movimento, reduzindo a vantagem da esquerda, que ainda governava sete dos 13 países sul-americanos. Hoje, com os resultados no Chile, existe um empate entre esquerda e direita, cada qual com seis governos. O quadro pode se modificar com as eleições de 2026 no Brasil.

Créditos: VEJA

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