Política
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José Antonio Kast vence presidência do Chile com discurso conservador e crítica a Lula

José Antonio Kast, candidato de direita, foi eleito presidente do Chile com 58% dos votos, contra 41% da candidata comunista Jara, com 95% das urnas apuradas.

Kast tem um histórico de críticas ao presidente brasileiro Lula e posicionamentos favoráveis ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em 2018, ao comentar a nomeação de Sérgio Moro como ministro da Justiça pelo governo Bolsonaro, declarou que “Lula é corrupto, não uma vítima”, em referência à prisão do ex-presidente por decisão de Moro. Ele qualificou a nomeação como uma decisão política rigorosa contra a corrupção, em contraste com situações vistas no Chile.

Em outra ocasião, em 2019, Kast criticou a recusa de autoridades chilenas em participar de um almoço oficial com Bolsonaro, chamando a decisão de “vergonhosa” e afirmando que não superavam a derrota e a prisão de Lula.

Em 1º de outubro de 2022, durante as eleições presidenciais brasileiras, ele elogiou o primeiro mandato de Bolsonaro e criticou novamente Lula, afirmando que os brasileiros teriam que escolher entre “continuar no caminho do progresso ou retornar ao governo corrupto e fracassado de Lula”. Segundo Kast, o Brasil avançou em crescimento econômico, segurança e liberdade sob a liderança de Bolsonaro.

Após a eleição de Lula, as críticas continuaram. Em março de 2024, Kast declarou que organizações criminosas de vários países, incluindo o Brasil, estariam presentes no Chile, questionando se o país poderia se tornar parte da “grande República Bolivariana” defendida pela esquerda.

A principal pauta da campanha de Kast foi segurança e imigração. Ele defendeu um “governo de emergência” para combater a criminalidade crescente, propondo prisões de segurança máxima, penas mais severas, revisão nas regras de legítima defesa e a criação de uma força especial para retomar áreas dominadas pelo crime. Prometeu que o Chile voltará a ser seguro.

No tema da imigração, o candidato propôs deportações em massa de imigrantes irregulares, inclusive com voos fretados pagos parcialmente pelos deportados. Defende ainda que a imigração irregular seja crime e que estrangeiros sem documentos não tenham acesso a benefícios públicos básicos, como educação, saúde ou moradia.

Na economia, prometeu austeridade com redução dos gastos fiscais em US$ 6 bilhões em até 18 meses. Propôs reduzir o imposto corporativo para grandes e médias empresas de 27% para 23% e eliminar o imposto de renda sobre capital em alguns casos na venda de ações.

Créditos: BBC

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