Jovem suspeito de ataque em Bondi sai do coma e coopera com polícia
O jovem Naveed Akram, de 24 anos, apontado como um dos autores do ataque a tiros que matou ao menos 15 pessoas na praia de Bondi, em Sydney, despertou do coma e está consciente no hospital, conforme relatos da imprensa australiana nesta terça-feira (17/12). Segundo veículos como o Sydney Morning Herald e a emissora 9News, Naveed já conversa com investigadores enquanto segue sob custódia policial.
Ele ficou gravemente ferido durante o ataque ocorrido no domingo (15/12) e foi baleado pela polícia antes de ser levado ao hospital. Seu pai, Sajid Akram, de 50 anos, morreu no local do ataque.
As autoridades australianas afirmam que ambos agiram em conjunto no atentado, considerado um dos mais fatais recentes do país.
A BBC buscou uma confirmação oficial do estado de saúde de Naveed junto às autoridades, mas ainda não obteve resposta.
O ataque aconteceu numa área movimentada da praia de Bondi, causando pânico entre moradores e turistas.
Pelo menos 15 vítimas foram confirmadas, incluindo uma criança de 10 anos. Diversos feridos seguem hospitalizados, com 24 pessoas recebendo tratamento médico atualmente. Entre os mortos estavam um rabino britânico, um policial aposentado e um sobrevivente do Holocausto.
A investigação ganhou abrangência internacional depois que a polícia australiana confirmou que pai e filho viajaram juntos às Filipinas cerca de um mês antes do ataque.
Autoridades de imigração em Manila informaram que Sajid entrou no país com passaporte indiano, enquanto Naveed tinha passaporte australiano.
Imprensa local relata que os dois teriam buscado um treinamento de estilo militar nas Filipinas, hipótese que está sob análise pelas autoridades.
O primeiro-ministro australiano, Anthony Albanese, disse que o ataque parece ter sido motivado por ideologia ligada ao Estado Islâmico.
A polícia encontrou bandeiras caseiras associadas ao grupo extremista e explosivos improvisados dentro de um veículo usado pelos atiradores.
Essas evidências sustentam a linha de investigação do terrorismo e levantam dúvidas sobre a possibilidade de detectar a radicalização anteriormente e prevenir o ataque.
Sajid Akram tinha porte para cinco armas e mantinha legalmente seis armas registradas em seu nome. Naveed trabalhava como pedreiro, mas havia sido demitido dois meses antes devido à falência da empresa onde atuava, segundo as autoridades.
Investigadores agora tentam entender se fatores financeiros ou pessoais contribuíram para a radicalização do jovem.
O ataque reacendeu debates sobre segurança e controle de armas. Tanto Albanese quanto o premiê de Nova Gales do Sul, Chris Minns, prometeram endurecer as leis sobre armas, apesar do país já possuir regras rígidas desde o massacre de Port Arthur, em 1996.
Autoridades também avaliam se os controles sobre viagens internacionais e possíveis ligações a grupos extremistas foram adequados.
Um ato de bravura ganhou destaque nacional: Ahmed al Ahmed, de 43 anos, foi filmado lutando com um dos atiradores e tomando sua arma. O primeiro-ministro o parabenizou como “um verdadeiro herói australiano” durante visita hospitalar.
Esse momento tornou-se símbolo da reação civil diante da violência e foi amplamente divulgado nas redes sociais.
Com Naveed agora consciente, as investigações buscam reconstruir a sucessão de eventos que culminaram no ataque, esclarecer o papel da viagem às Filipinas e identificar se houve apoio externo ou inspiração direta de redes extremistas.
Créditos: BBC News Brasil