Líderes mundiais se reúnem em Belém antes da COP30 para discutir clima
Dezenas de líderes globais se encontrarão nesta quinta-feira em Belém antes da cúpula anual da ONU sobre mudanças climáticas, buscando avanços nos acordos apesar dos temores crescentes de que a cooperação multilateral esteja em risco.
A COP30 marca 30 anos das negociações internacionais sobre o clima. Durante esse tempo, os países conseguiram reduzir um pouco a previsão de aumento nas emissões, mas não o suficiente para evitar o aquecimento global extremo previsto pelos cientistas para as próximas décadas.
A organização brasileira da COP30 convocou 53 chefes de Estado para discursar em dois dias de evento, além de mais de 40 líderes subnacionais. O secretário-geral da ONU, António Guterres, deverá participar.
Estão ausentes os líderes de quatro das cinco maiores economias poluidoras do mundo — China, Estados Unidos, Índia e Rússia —, enquanto apenas o líder da União Europeia estará presente.
O governo dos EUA, que nega a mudança climática, decidiu não enviar representantes para a conferência.
Alguns especialistas afirmam que a ausência americana pode abrir espaço para discussões sem que uma única potência domine as decisões.
“Sem a presença dos EUA, pode haver uma conversa multilateral genuína”, disse Pedro Abramovay, vice-presidente da Open Society Foundations e ex-secretário nacional de justiça durante o governo Lula.
Ele observou que o presidente Lula tem mantido diálogo com líderes fora da América Latina, incluindo China, África, Sudeste Asiático e Europa, no tema climático.
Na quinta-feira, Lula pretende se reunir bilateralmente com o primeiro-ministro britânico Keir Starmer e o presidente francês Emmanuel Macron, após encontros individuais na quarta-feira com o vice-primeiro-ministro chinês, além de líderes da Finlândia e da União Europeia.
“Em momentos em que muitos dizem que o multilateralismo morreu, vejo surgir um novo espaço para um multilateralismo construído de forma horizontal, não top-down, entre países poderosos e nações menos favorecidas”, afirmou Abramovay à Reuters.
Créditos: Terra