Política
19:08

Lindbergh Farias critica reação de Hugo Motta e pede atuação estável na Câmara

Lindbergh Farias (RJ) definiu como “imatura” a decisão de Hugo Motta (Republicanos-PB) de romper relações com ele. O líder do PT na Câmara afirmou em entrevista ao UOL News – 2ª edição que o presidente da Câmara precisa atuar “de forma menos errática”.

O deputado criticou decisões recentes de Motta, como a condução das votações do IOF e da PEC da Blindagem, ressaltando a postura mais combativa do governo Lula diante do avanço do centrão.

“Não encaro isso aqui como um clube de amigos. Tenho uma relação institucional, política, como líder do PT. Sinceramente, foi uma reação imatura por parte do presidente da Câmara. Eu sou muito previsível aqui, porque defendemos as posições do governo Lula. O que temos reclamado é justamente da imprevisibilidade”, declarou.

Ele exemplificou: “O IOF foi marcado de um dia para o outro. Soubemos de madrugada que iam votar. Ali eu me levantei. Outra coisa: a PEC da Blindagem. Nós não concordamos e tivemos um papel ativo nisso. Eu acharia normal a nomeação do Derrite como relator de um PL de autoria do Poder Executivo? Para mim, eles tentaram usar aquele projeto, que era para combater facções criminosas, para criar um novo tipo de PEC da Blindagem. E gritamos.”

“Considero imatura. Não vai mudar nada aqui. A nossa posição é sempre conhecida. O presidente da Câmara, Hugo Motta, tem que ter uma atuação menos errática. Por exemplo, eu estou aqui já preocupado com a pauta dessa semana. Espero que não seja cometida a sandice de votar, essa semana, o PL de anistia. Eu, sinceramente, espero que essa maluquice não aconteça”, acrescentou.

Lindbergh reforçou que mantém atuação institucional e que continuará defendendo as posições do PT, mesmo diante de tentativas de isolamento por parte da presidência da Câmara: “Minha relação sempre foi institucional. Continuarei indo ao Colégio de Líderes e dando as minhas opiniões. Não faço parte daquele círculo de amizade ali do Hugo Motta. São outras relações ali.”

Além disso, destacou que se Motta tem problemas com o governo, isso está ligado às suas próprias ações. “Lula ficou muito chateado com a escolha do nome do Derrite. Eles acham que o caminho mais fácil é botar a culpa aqui, não é nossa nesse caso aqui.”

Sobre o centrão, afirmou: “O centrão é o centrão. Nós temos nossas posições. Não podemos nos dissolver como se isso aqui fosse um sindicato dos deputados. O grande problema que eles têm comigo é que, de fato, naquela PEC da Blindagem, jogamos um papel aqui muito duro contra aquilo. Podemos demarcar uma posição e essa tem sido um pouco a marca do presidente Lula.”

O deputado destacou o novo momento do governo, que está mais presente na disputa política. “Não é correto o centrão impor derrotas ao governo, como nesse caso da escolha do Derrite, e quererem que fiquemos quietos e não disputemos na sociedade. Essa é uma postura do governo que está se impondo de forma mais clara nessas últimas votações.”

Por fim, Lindbergh concluiu dizendo que permanecerá presente nas discussões e avaliou os impactos das operações da Polícia Federal no clima do Congresso: “Não quero mais esquentar a temperatura. Até a minha reação era previsível. Motta me conhece. O que houver para ajudar o governo, estaremos construindo. Mas quando tiver que demarcar posição, faremos isso. Esse será nosso posicionamento. O que eu reclamo são essas coisas feitas de forma errática.”

Créditos: UOL

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