Política
15:06

Lula afirma que investigará filho caso envolvido em fraudes no INSS

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva declarou nesta quinta-feira (18) que todas as pessoas ligadas ao esquema de fraudes em aposentadorias do INSS serão investigadas.

Ele foi questionado sobre as apurações da Polícia Federal e a suposta relação comercial entre Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS”, e seu filho Fábio Luís Lula da Silva, o Lulinha.

Na mesma data, a Polícia Federal deflagrou outra etapa da Operação Sem Desconto, que apura desvios ilegais em benefícios de aposentados e pensionistas do INSS.

Esta fase foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), André Mendonça, que retirou o sigilo da decisão.

Segundo Mendonça, a Polícia Federal identificou cinco pagamentos de R$ 300 mil, totalizando R$ 1,5 milhão, feitos por uma empresa ligada ao Careca do INSS, Brasília Consultoria Empresarial S/A, para a RL Consultoria e Intermediações Ltda., pertencente a Roberta Moreira Luchsinger, também investigada.

Em troca de mensagens entre o Careca e um de seus sócios, supostamente um dos repasses seria para “o filho do rapaz”. A identidade dessa pessoa, porém, não foi esclarecida na decisão.

Ao ser questionado sobre o possível envolvimento de Lulinha, Lula respondeu que, se houver envolvimento de seu filho, ele será investigado.

A decisão também relata conversas entre Roberta Luchsinger e o Careca, principal operador dos desvios, nas quais mencionam um envelope com o nome de um aliado encontrado durante buscas, e uma orientação para destruírem telefones.

A Operação Sem Desconto investiga um esquema nacional que cobra descontos ilegais nos benefícios do INSS sem autorização dos beneficiários, com desvios estimados em até R$ 6,3 bilhões entre 2019 e 2024.

Nesta fase da operação, foram presos Romeu Carvalho Antunes, filho do Careca do INSS, e Eric Fidélis, filho do ex-diretor de Benefícios do INSS, André Fidelis. O secretário-executivo do Ministério da Previdência Social, Adroaldo Portal, teve prisão domiciliar decretada e foi exonerado.

Ao todo, foram cumpridos 52 mandados de busca e apreensão e 16 de prisão preventiva, além de outras medidas cautelares.

A Polícia Federal solicitou ao STF a prisão do senador Weverton Rocha (PDT-MA), que foi alvo de busca e apreensão, mas teve o pedido de prisão negado pela Procuradoria-Geral da República. O senador é apontado como beneficiário dos desvios e apoiador político do grupo criminoso.

A operação foi realizada em vários estados e no Distrito Federal.

O esquema consistia em cobrar mensalidades irregulares descontadas dos benefícios de aposentados e pensionistas, sob a falsa associação a entidades que supostamente ofereciam assistência jurídica e descontos em serviços, mas que não tinham estrutura para isso.

Onze entidades envolvidas foram alvo de medidas judiciais e os contratos dos beneficiários com essas associações foram suspensos.

Em meio à investigação, o ex-ministro da Previdência, Carlos Lupi, pediu demissão, e Wolney Queiroz assumiu o cargo de ministro.

Créditos: g1

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