Política
16:07

Lula busca apoio de Weverton para indicação de Jorge Messias ao STF

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva iniciou pessoalmente a articulação para apoiar seu candidato à vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, que enfrenta resistência no Senado. Nesta segunda-feira (1), Lula almoçou no Palácio do Planalto com o relator da indicação, senador Weverton Rocha (PDT-MA).

A informação foi confirmada por fontes do Senado e do Planalto, embora o encontro não conste da agenda oficial.

Weverton apresenta características favoráveis para ajudar nesse desafio. Ele é vice-líder do governo, mantém proximidade com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP) — que está em conflito com o Planalto — e é um dos senadores com melhor trânsito na Casa, inclusive entre a oposição. É conhecido por promover jantares que reúnem parlamentares de diferentes grupos políticos. Em janeiro deste ano, organizou um “costelão de boas-vindas” para Alcolumbre antes da eleição que o reconduziu à presidência do Senado.

Além disso, a interlocução com Weverton é especialmente importante neste momento, já que Alcolumbre rompeu relações com o líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA). Aliados de Alcolumbre afirmam que ele atribui a Wagner uma movimentação para desestimular Lula a escolher o ex-presidente do Senado, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG), para a vaga.

No último final de semana, a relação entre Alcolumbre e o presidente do Senado se deteriorou devido à escolha de Messias para o STF. Aliados de Alcolumbre ressaltam que Pacheco contava com amplo apoio da maioria dos senadores, mais do que apenas respaldo do presidente da Casa.

Diante de várias especulações de que haveria negociações envolvendo cargos e emendas para aprovar Messias no Senado, Alcolumbre divulgou uma nota oficial no domingo (30), condenando tais alegações. Ele afirmou que setores do Executivo tentam passar à sociedade a falsa impressão de que divergências entre os Poderes são solucionadas por interesses fisiológicos, com troca de cargos e emendas, o que considera ofensivo tanto ao presidente do Congresso quanto ao Legislativo.

Alcolumbre também criticou a demora do Planalto em encaminhar os documentos para o início do processo legislativo da indicação de Messias. Essa estratégia do governo visava acalmar os ânimos no Senado, mas não teve efeito.

Em resposta, a ministra Gleisi Hoffmann publicou em seu perfil na rede X que o governo tem “o mais alto respeito e reconhecimento” por Alcolumbre. Ela destacou que jamais considerariam rebaixar a relação institucional com o presidente do Senado a negociações fisiológicas ou troca de cargos e emendas.

Créditos: Valor Globo

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