Lula critica ameaças dos EUA à Venezuela em cúpula do Mercosul
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou-se na Cúpula do Mercosul, no sábado, 20, contra as ameaças feitas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de uma invasão à Venezuela. Lula defendeu a união dos países latino-americanos para combater o crime organizado, tema que Trump usou para justificar ataques a embarcações no Caribe. O presidente também lembrou dos ataques contra a democracia no Brasil.
“Construir uma América do Sul próspera e pacífica é a única doutrina que nos convém. Alguns argumentam que avançar na integração é abrir mão da soberania. Porém, as verdadeiras ameaças à nossa soberania são outras. Elas se apresentam hoje sob a forma de guerra, forças antidemocráticas e crime organizado”, disse Lula.
Ele destacou que, 40 anos após a Guerra das Malvinas, o continente sul-americano volta a enfrentar a presença militar de uma potência fora da região. Lula afirmou que os limites do direito internacional estão sendo testados e que uma intervenção armada na Venezuela representaria uma catástrofe humanitária para o hemisfério, além de criar um precedente perigoso para o mundo. O presidente não mencionou nominalmente Donald Trump.
Lula também fez referência à sua condenação por tentativa de golpe de Estado, sem citar o ex-presidente Jair Bolsonaro. Abordando a importância dos regimes democráticos na América do Sul, ele falou sobre a situação do Brasil. “A democracia brasileira sobreviveu ao mais duro atentado desde o fim da ditadura. Os responsáveis pela tentativa de golpe em 8 de janeiro de 2023 foram investigados, julgados e condenados conforme o devido processo legal. Pela primeira vez na história, o Brasil acertou contas com o passado”, afirmou.
Em seguida, o presidente defendeu a cooperação no combate ao crime organizado. “A segurança pública é um direito do cidadão e um dever do Estado, independentemente de ideologia”, ressaltou.
Lula sugeriu uma reunião em Brasília entre os ministros da Justiça e da Segurança Pública do Mercosul para discutir como fortalecer o combate unificado do bloco contra o crime organizado.
Créditos: Terra