Lula defende indicação de Messias ao STF e critica impasse no Senado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou nesta quarta-feira (3 de dezembro de 2025) apoio à indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Em entrevista à TV Verdes Mares, do Ceará, Lula disse não entender a controvérsia envolvendo o nome escolhido.
“Sinceramente, eu não entendo o porquê da polêmica, não é a primeira pessoa que eu indico para o Supremo“, afirmou o presidente, lembrando que já indicou um STF completo.
Sobre Messias, Lula cobrou uma solução para o impasse político criado no Senado, mas declarou estar tranquilo com a situação.
De acordo com ele, a escolha de Messias seguiu o procedimento padrão, no qual o presidente indica um nome e o Senado avalia se a pessoa está qualificada.
“Eu escolho uma pessoa, mando para o Senado, e o Senado faz um julgamento para saber se a pessoa está qualificada ou não. Eu não sei por que foi transformado num problema político dessa monta. Eu espero que seja resolvido”, afirmou.
Lula ressaltou que cumpriu seu papel e que Messias, atual chefe da Advocacia-Geral da União (AGU), tem qualificação comprovada para assumir uma cadeira no Supremo.
Após a manifestação de Lula em defesa de Messias, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), cancelou na terça-feira (2 de dezembro) o cronograma de votação da indicação. A sabatina na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), que estava marcada para 10 de dezembro, foi adiada.
Alcolumbre alegou que o Executivo não enviou formalmente a mensagem de indicação por escrito, embora a nomeação tenha sido publicada no Diário Oficial da União. Ele classificou essa falha como grave e sem precedentes.
O presidente do Senado demonstra insatisfação com a escolha de Lula, pois defendia o nome do ex-presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga deixada por Luís Roberto Barroso.
O adiamento da sabatina favorece o governo, que ganha tempo para fortalecer apoio à aprovação do indicado. A votação pode ser postergada para o início de 2026, após o recesso parlamentar, que começa em 21 dias.
Segundo levantamento do Poder360, Messias possui 10 votos garantidos na CCJ, mas precisa de pelo menos 14 para avançar ao plenário. Na votação final, o candidato necessita do apoio de 41 dos 81 senadores.
Créditos: Poder360