Política
07:02

Lula destaca isenção do IR para quem ganha até R$ 5 mil e critica privilégios da elite

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em pronunciamento em rede nacional, comemorou a sanção da lei que isenta do Imposto de Renda (IR) quem recebe até R$ 5 mil por mês, uma promessa feita durante sua campanha em 2022. Segundo Lula, é a primeira vez em 100 anos da criação do IR que a maioria da população será beneficiada com a medida.

“O Brasil mudou nessa última semana. Pela primeira vez, mais de 100 anos após o início do imposto de renda, os privilégios de uma pequena elite financeira deram lugar à conquista para a maioria do povo brasileiro”, afirmou.

Em seis minutos de fala, ele detalhou que, conforme o projeto sancionado, a isenção completa valerá a partir de janeiro de 2026 para quem ganha até R$ 5 mil, eliminando descontos na folha de pagamento. Para rendas de até R$ 7.350, haverá um desconto proporcional.

“Dezembro será o último mês com desconto do Imposto de Renda no contracheque e a lei também diminui o imposto para quem recebe entre R$ 5 mil e R$ 7.350, que agora pagará menos. Com zero de IR, uma pessoa com salário de R$ 4,8 mil pode economizar cerca de R$ 4 mil ao ano, quase um 14º salário”, explicou.

O presidente destacou que a compensação dessa isenção não virá por meio de cortes em educação ou saúde, mas com tributação maior sobre os super ricos, outra de suas propostas. Ele ressaltou que essa pequena parcela que ganha mais de R$ 1 milhão por ano, cerca de 0,1% da população, quase não paga imposto atualmente e passará a contribuir com 10% sobre a renda para aliviar as famílias que trabalham.

Segundo projeção governamental, em 2026 cerca de 140 mil super ricos iniciarão essa cobrança adicional, que financiará a isenção do IR para a maior parte da população. Arthur Lira (PP-AL), relator do projeto na Câmara, elaborou o texto focado no equilíbrio fiscal para evitar arrecadação excessiva.

Lula também criticou os privilégios da elite histórica brasileira, acumulados por 500 anos e transmitidos por gerações, destacando que um dos maiores é pagar menos IR que a classe média e os trabalhadores.

Ele comparou a carga tributária sobre trabalhadores como professores e policiais, que pagam até 27,5%, com a de bilionários que têm patrimônio no exterior e pagam em média apenas 2,5%. Segundo ele, essas pessoas que possuem mansões, veículos e jatinhos pagam cerca de 10 vezes menos IR do que trabalhadores comuns, o que classificou como inaceitável e que precisava mudar.

O presidente também apontou os efeitos econômicos da medida, destacando que a Receita Federal estima uma injeção de mais de R$ 28 bilhões na economia, beneficiando comércio, indústria, serviços e empreendedorismo, e gerando mais empregos.

“A partir de janeiro do ano que vem, o desconto no contracheque vira dinheiro extra no bolso para diversas necessidades, o que aumenta o consumo e faz a economia girar”, declarou.

No encerramento, Lula enumerou conquistas de seu governo nos quase três anos de mandato: o Brasil entre as dez maiores economias, ter tirado o país do mapa da fome duas vezes, inflação e desemprego baixos, aumento real do salário mínimo, fortalecimento de programas sociais e de agricultura familiar, além de iniciativas para reduzir contas de luz e do botijão de gás.

Ele reconheceu que, apesar da diminuição histórica da desigualdade, o Brasil permanece entre os países mais desiguais do mundo, com 1% da população detendo 63% da riqueza enquanto metade mais pobre tem apenas 2%. Lula reafirmou o compromisso do governo em continuar combatendo esses privilégios e promovendo direitos e oportunidades para a maioria da população.

“Não vamos parar por aí. Queremos que o brasileiro tenha direito à riqueza que produz com seu trabalho. Seguiremos firmes na luta contra privilégios para garantir um país mais justo, forte e próspero”, concluiu.

Créditos: Correio Braziliense

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