Política
15:08

Lula e Milei divergem sobre pressão dos EUA contra Venezuela na cúpula do Mercosul

Durante a cúpula do Mercosul em Foz do Iguaçu (PR) no dia 20 de dezembro de 2025, o presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente argentino Javier Milei manifestaram opiniões opostas sobre a pressão política e econômica dos Estados Unidos contra a Venezuela.

Lula afirmou que a América do Sul está novamente “assombrada” pela presença militar de uma potência externa à região. Para ele, uma intervenção militar dos EUA na Venezuela seria uma “catástrofe humanitária” e criaria um “precedente perigoso para o mundo”. Ele destacou que os limites do direito internacional estão sendo testados e que tal intervenção geraria graves consequências para o hemisfério.

Por outro lado, Milei apoiou as ações do governo de Donald Trump, argumentando que o cerco contra a gestão de Nicolás Maduro visa “libertar” o povo venezuelano. Ele afirmou que o país enfrenta uma crise política, humanitária e social devastadora e qualificou Maduro como “narcoterrorista”.

O presidente argentino declarou que a “ditadura atroz e desumana” de Maduro representa uma ameaça para a região, ressaltando seu apoio ao envio militar dos EUA.

Nos últimos meses, Trump reforçou operações contra embarcações vinculadas à Venezuela no Caribe e Pacífico, justificando a ação como combate ao narcotráfico e à segurança regional. Washington aplicou sanções a familiares de Maduro, bloqueou navios petroleiros e intensificou a pressão política e econômica sobre Caracas.

A cúpula do Mercosul reuniu líderes de diferentes espectros ideológicos, com Lula e Yamandú Orsi (Uruguai) representando a esquerda, e outros presidentes alinhados à direita, incluindo Milei. Diversos ministros de Estado também estiveram presentes.

Em declarações recentes, Lula mencionou que pretende dialogar com Trump antes do Natal para evitar uma possível guerra na América Latina, destacando que “conversar é mais barato e menos sofrível do que fazer guerra” e enfatizando o poder do diálogo para evitar conflitos regionais.

Créditos: g1

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