Lula entregará indicação de Messias pessoalmente a Alcolumbre, diz relator
O senador Weverton Rocha (PDT-MA), relator da indicação do advogado-geral da União Jorge Messias ao STF (Supremo Tribunal Federal), afirmou que o presidente Lula deve entregar pessoalmente a mensagem com sua escolha ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP).
Weverton, que é vice-líder do governo, se reuniu com Lula em almoço ontem. Após essa reunião, Alcolumbre cancelou a sabatina de Messias marcada para 10 de dezembro na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).
“O presidente Lula me disse que, após retornar de sua viagem ao Nordeste, provavelmente na quinta-feira ou sexta-feira, ele procurará o presidente Davi Alcolumbre para marcar um encontro. Eles vão dialogar como chefes dos Poderes, e o presidente certamente entregará a mensagem a ele”, declarou Weverton Rocha.
Lula foi informado por aliados e ministros que os votos favoráveis a Messias ainda não estão garantidos. Com a resistência pública demonstrada por Alcolumbre, integrantes do governo reconhecem que essa nomeação, usualmente um procedimento rotineiro, promete ser a mais complexa do terceiro mandato presidencial.
Líder do PSD e presidente da CCJ também se reuniram com Lula ontem. Os senadores Omar Aziz (AM) e Otto Alencar (BA) relataram ao presidente que no Senado não há oposição direta a Messias, mas há frustração por Rodrigo Pacheco (PSD-MG) não ter sido o indicado.
O Palácio do Planalto não enviou formalmente a mensagem com a indicação de Messias, apesar do anúncio oficial feito em 20 de novembro no Diário Oficial da União (DOU). Senadores apontam que a demora desagradou Alcolumbre.
Ao cancelar a sabatina, Alcolumbre alegou que o Senado foi “surpreendido com a ausência do envio [pelo Executivo] da mensagem escrita referente à indicação”. Ele considerou a omissão “grave e sem precedentes” e uma interferência no cronograma da sabatina, que é uma atribuição do Legislativo.
Sem a mensagem oficial, ele explicou que foi necessário evitar uma possível alegação de irregularidade no processo. Por isso, tanto a presidência do Senado quanto a CCJ decidiram cancelar o calendário de sabatina.
Alcolumbre afirmou que, embora se baseasse na publicação no Diário Oficial e no anúncio da Secretaria de Comunicação para manter a sabatina em 10 de dezembro, o regimento interno exige que o documento oficial com a indicação seja lido no plenário antes de seguir para a CCJ.
Weverton comemorou o cancelamento e destacou que o gesto de Alcolumbre “abre as condições para que se inicie o trabalho da relatoria, e para que o indicado pelo presidente da República, Jorge Messias, possa construir sua possibilidade de aprovação na sabatina da CCJ e, posteriormente, no plenário do Senado”.
“Não podemos, num momento em que o Brasil avança em várias frentes, estimular brigas internas no governo ou no Congresso, que não levam a nada. A ideia é pacificar e buscar um consenso mínimo entre os Poderes para encerrarmos o ano de forma positiva”, afirmou o senador.
Weverton não descartou que a sabatina ocorra ainda neste ano, caso aconteça o encontro entre Lula e Alcolumbre. Ele afirmou que o ano eleitoral de 2026 pode dificultar uma análise mais célere da indicação de Messias no Senado.
Créditos: UOL Notícias