Política
06:06

Lula se manifesta sobre operação policial no Rio e destaca PEC da Segurança Pública

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) comentou na noite de 29 de outubro pela primeira vez a megaoperação contra o Comando Vermelho no Rio de Janeiro, realizada há mais de 24 horas. Em nota, Lula adotou um tom cauteloso, não fez críticas ao governador Cláudio Castro (PL) e defendeu um “trabalho coordenado” contra as facções criminosas.

Ele declarou que “não podemos aceitar que o crime organizado continue destruindo famílias, oprimindo moradores e espalhando drogas e violência pelas cidades” e enfatizou a necessidade de ações que atinjam a espinha dorsal do tráfico sem colocar em risco policiais, crianças e famílias inocentes.

A operação contra o Comando Vermelho foi a mais letal da história do Rio, com 113 prisões e pelo menos 119 mortes, incluindo quatro policiais. Lula não mencionou os policiais mortos durante os confrontos.

O presidente também ressaltou a Operação Carbono Oculto da Polícia Federal, que combateu fraudes e lavagem de dinheiro envolvendo o Primeiro Comando da Capital (PCC) no setor de combustíveis. Ele afirmou que a operação realizada em agosto foi a maior contra o crime organizado no país, atingindo o coração financeiro da quadrilha, envolvida com venda de drogas, adulteração de combustível e lavagem de dinheiro.

Lula defendeu a aprovação da PEC da Segurança Pública, afirmando que essa medida garantirá maior atuação conjunta das forças policiais no combate às facções criminosas.

Diferentemente de Lula, alguns ministros criticaram o governador Cláudio Castro por causa da operação. Após o governador reclamar da falta de apoio federal, o ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, sugeriu que ele “assumisse suas responsabilidades” ou solicitasse uma Garantia da Lei e da Ordem (GLO) no estado.

Lewandowski afirmou que não recebeu pedido formal de reforço do governo do Rio. Em resposta, Castro declarou que aqueles que não quisessem colaborar deveriam “sumir”. A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, também apoiou a aprovação da PEC da Segurança Pública, destacando a necessidade de articulação entre as forças de segurança. Já o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, criticou Castro por suposta falta de ações para enfraquecer financeiramente as facções.

Após retornar de viagem oficial à Ásia, Lula convocou uma reunião na manhã de quarta-feira para discutir o tema e, à tarde, participou da posse de Guilherme Boulos como ministro da Secretaria-Geral da Presidência, mas não comentou a operação.

Mais cedo, Lewandowski e Castro anunciaram a criação de um Escritório Emergencial de Combate ao Crime Organizado para conter a crise de segurança no estado.

Na nota, Lula destacou: “Me reuni hoje pela manhã com ministros do meu governo e determinei ao ministro da Justiça e ao diretor-geral da Polícia Federal que fossem ao Rio para encontro com o governador.”

Ele reforçou a necessidade de “um trabalho coordenado que atinja a espinha dorsal do tráfico sem colocar policiais, crianças e famílias inocentes em risco” e lembrou a operação de agosto contra o crime organizado no país. Por fim, reafirmou que com a aprovação da PEC da Segurança Pública, as forças policiais atuarão de forma conjunta no enfrentamento às facções criminosas.

Créditos: Gazeta do Povo

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