Maduro acusa EUA de buscar mudança de regime e controle do petróleo venezuelano
O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou nesta quarta-feira (17) que o líder americano, Donald Trump, revelou suas verdadeiras intenções ao acusar o país sul-americano de roubar petróleo, terras e outros bens dos Estados Unidos.
Maduro afirmou que a fala de Trump indicava que os EUA desejam uma mudança de regime, além da apropriação do território e dos recursos venezuelanos.
“É simplesmente uma farsa belicista e colonialista, e já dissemos isso diversas vezes, agora todos veem a verdade. A verdade foi revelada”, afirmou Maduro.
Ele acrescentou: “O objetivo na Venezuela é uma mudança de regime para impor um governo fantoche que não duraria 47 horas, que entregaria a Constituição, a soberania e toda a riqueza, transformando a Venezuela em uma colônia. Isso simplesmente nunca acontecerá”.
Mais cedo, Trump disse a repórteres que a Venezuela teria tomado ilegalmente os “direitos energéticos” dos EUA e que os americanos querem recuperá-los.
“Estamos recuperando terras, direitos de petróleo, tudo o que tínhamos. Eles tomaram tudo porque tínhamos um presidente que talvez não estivesse atento. Mas eles não vão fazer isso. Queremos tudo de volta. Eles tomaram nossos direitos de petróleo. Tínhamos muito petróleo lá. Como vocês sabem, eles expulsaram nossas empresas e nós queremos tudo de volta”, declarou o presidente americano.
Anteriormente, os EUA haviam afirmado que o aumento da sua presença naval próximo à Venezuela visa combater o narcotráfico.
Na terça-feira (17), Trump publicou na rede Truth Social que o reforço militar ao redor da Venezuela aumentaria até que o país devolvesse aos EUA “o petróleo, as terras e outros bens que nos roubaram anteriormente”.
A Venezuela nacionalizou seu setor petrolífero na década de 1970. Antes disso, empresas americanas tinham uma presença significativa nos campos petrolíferos venezolanos.
Os Estados Unidos enviaram aeronaves, veículos, milhares de soldados e um grupo de ataque de porta-aviões para o Caribe, alegando o combate ao narcotráfico.
Essas operações incluem diversos ataques contra embarcações no Caribe e no Pacífico, que supostamente estariam transportando drogas. No entanto, a legalidade dessas ações foi questionada.
Além dessas operações, os EUA pressionam o governo de Nicolás Maduro, que a Casa Branca acusa de ter ligações com o narcotráfico e o Cartel de Los Soles.
Fontes consultadas pela CNN indicam que o governo de Donald Trump está elaborando planos para a eventualidade pós-deposição de Maduro, embora ainda não tenha decididosobre um ataque direto à Venezuela.
Trump manteve uma conversa telefônica com Maduro no final de novembro, poucos dias antes de os EUA classificarem Maduro como membro de uma organização terrorista estrangeira. Na ocasião, foi dado um ultimato para que ele deixasse o poder e o país, o que não foi cumprido.
Em outra medida que ampliou a tensão bilateral, os Estados Unidos apreenderam um petroleiro próximo à Venezuela, ação que Maduro qualificou como “roubo descarado” e “ato de pirataria internacional”.
Posteriormente, Trump anunciou um “bloqueio total” contra os petroleiros sancionados da Venezuela, afirmando que não permitirá a passagem desses navios sem a devida autorização.
Créditos: CNN Brasil