Internacional
09:08

Maduro considera negociar com EUA; exige garantias e participação chavista

Nos últimos dois meses, a Venezuela enfrenta uma pressão militar inédita dos Estados Unidos, que buscam uma mudança de regime no país. Sob o pretexto de combater o narcotráfico, o governo americano, liderado pelo então presidente Donald Trump, estuda até ataques diretos contra instalações militares venezuelanas, medida que Trump negou oficialmente. Apesar da tensão, Nicolás Maduro não descarta negociações, mas com exigências como participação do chavismo na transição política, anistia para seus integrantes e preservação do controle de áreas estratégicas.

Maduro busca evitar um destino similar ao de Bashar al-Assad, evitando exílio na Rússia ou Cuba, países aliados que dão apoio militar e de inteligência ao regime venezuelano. As lideranças chavistas optam por resistir ao assédio externo, mantendo a coesão interna.

No início do segundo mandato de Trump, negociações foram conduzidas pelo enviado Richard Grenell, envolvendo questões como deportação de venezuelanos e concessões no setor petrolífero, incluindo renovação de contratos com a petroleira Chevron. Porém, após o enfraquecimento de Grenell, o secretário de Estado Marco Rubio intensificou a pressão militar, com discursos voltados a uma saída forçada do chavismo.

O chavismo impõe condições rigorosas, defendendo a sobrevivência do movimento iniciado por Hugo Chávez, e buscando uma saída amena que garanta imunidade e manutenção de sua influência política e econômica, com controle sobre recursos naturais e forças armadas. O Estado detém a maioria dos recursos petrolíferos e quer manter domínio sobre a Força Armada Nacional Bolivariana, excluindo ingerência dos EUA.

A estratégia americana de pressão máxima não favorece negociações, pois a meta explícita é a saída de Maduro, objetivo que fracassou também durante o governo Biden devido à coesão do regime e das forças armadas venezuelanas. Apesar da rejeição popular a Maduro, existe receio generalizado frente a uma invasão estrangeira.

Maduro, ex-sindicalista, é visto como um negociador experiente e considera a possibilidade de antecipar eleições ou plebiscitos, mas não abre mão de manter o chavismo como elite política e econômica e quer negociar apenas em condições favoráveis.

Para remover Maduro, fontes indicam que é necessário oferecer uma saída segura para ele. A coesão chavista permanece forte diante da ameaça, incluindo apoio de aliados como Rússia e China, que recentemente enviaram armamentos.

Na oposição, a líder María Corina Machado defende que qualquer negociação deve partir do reconhecimento da vitória opositora nas eleições de 2024 e da saída imediata de Maduro, sem transição. As diferenças permanecem amplas, enquanto Maduro resiste sem responder ataques no Caribe, mas está preparado para reagir caso invasões aconteçam.

Créditos: O Globo

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