Internacional
14:08

Maduro defende paz com EUA e critica guerras eternas em discurso

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, declarou ontem seu desejo por “paz” com os Estados Unidos.

Durante um comício em Caracas, ao falar com o repórter Stefano Pozzebo, da CNN Internacional, Maduro afirmou que não está preocupado com a intensificação dos ataques dos EUA no Caribe nos últimos meses, ressaltando: “Estamos ocupados com o povo”.

O líder venezuelano também pediu o fim das “guerras eternas e injustas” e fez um apelo para a união “pela paz do continente”. Ele disse: “Que se unam para a paz do continente. Sem mais guerras eternas. Sem mais guerras injustas, sem mais Líbia, sem mais Afeganistão. Vida longa à paz”.

Questionado sobre uma mensagem para Donald Trump, Maduro respondeu em inglês: “Minha mensagem é: ‘yes peace'”, significando “sim, paz”.

A fala aconteceu no mesmo dia em que Trump anunciou a operação ‘Lança do Sul’, uma iniciativa para combater o narcotráfico na América Latina. Embora o governo americano não tenha informado a data de início das operações, afirmou que a força-tarefa visa “proteger a pátria das drogas”.

Os EUA enviaram o maior porta-aviões do mundo para a América Latina, em resposta a ataques no Caribe que deixaram mais de 70 mortos. Washington acusa essas embarcações de estarem envolvidas com o tráfico de drogas.

A relação entre Caracas e Washington permanece tensa, especialmente após os EUA restabelecerem sanções econômicas ao petróleo venezuelano em abril, após o governo Maduro impedir a candidatura da oposição para as eleições de 2025.

Essa tensão resultou em incidentes militares: em 4 de setembro, duas aeronaves venezuelanas sobrevoaram um navio da Marinha americana em águas internacionais, episódio considerado “altamente provocativo” pelos Estados Unidos. No dia 13 do mesmo mês, autoridades venezuelanas denunciaram a detenção por oito horas de um barco de pesca venezuelano por um navio dos EUA em águas venezuelanas.

Os EUA oferecem uma recompensa que chegou a US$ 50 milhões para informações que levem à prisão de Maduro, acusando-o diretamente de “narcoterrorismo” e crimes relacionados a drogas. Contudo, conforme o pesquisador Raphael Seabra, não há provas concretas que vinculem o presidente venezuelano ao tráfico internacional.

Maduro afirmou ainda que “nenhum país estrangeiro tem direito de interferir na soberania venezuelana”. Em 29 de setembro, ele assinou um decreto de Estado de Emergência que amplia poderes de segurança para responder a possíveis agressões externas, embora os detalhes do documento continuem confidenciais.

Créditos: UOL Notícias

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