Maduro ordena escolta naval a petroleiros após bloqueio dos EUA

Dois petroleiros seguem ancorados no Lago Maracaibo, próximo à cidade de Maracaibo, estado de Zulia, na Venezuela, em 17 de dezembro de 2025.

O governo de Nicolás Maduro determinou que a Marinha venezuelana escolte os petroleiros do país após o “bloqueio total” decretado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, contra esses navios.

De acordo com o jornal americano New York Times, vários petroleiros partiram da costa leste venezuelana escoltados pela Marinha entre os dias 16 e 17 de dezembro, logo após o anúncio do bloqueio por Trump.

Os navios saíram do Porto de José com destino à Ásia, transportando ureia, coque de petróleo e outros derivados do petróleo.

Esses petroleiros escoltados não estavam na lista de navios sancionados pelo governo dos EUA, por isso não está claro se podem ser bloqueados pelos americanos. Na terça-feira, Trump declarou que a ação seria focada em navios que desrespeitaram as sanções comerciais dos EUA.

A estatal petrolífera venezuelana afirmou, por meio de comunicado, que as embarcações vinculadas às suas operações continuam em navegação segura, recebendo suporte técnico e garantias operacionais, exercendo seu direito legítimo de livre navegação.

Donald Trump ordenou o bloqueio total de todos os petroleiros sancionados que entram ou saem da Venezuela em 16 de dezembro. Ele também designou o regime de Nicolás Maduro como uma organização terrorista estrangeira.

O presidente americano escreveu na rede social Truth Social que a Venezuela está cercada pela maior armada já formada na história da América do Sul, que continuará crescendo, e que este choque será algo nunca visto, até que o país devolva aos EUA todo petróleo, terras e outros bens que teriam sido supostamente tomados.

Trump acusa o regime de Maduro de usar petróleo de campos roubados para financiar atividades criminosas como terrorismo relacionado a drogas, tráfico de pessoas, assassinatos e sequestros.

Ele afirmou que os Estados Unidos não permitirão que criminosos, terroristas ou países hostis roubem, ameacem ou prejudiquem a nação americana, nem que o regime venezuelano tome bens como petróleo e terras, que devem ser imediatamente devolvidos.

Há meses, a tensão entre EUA e Venezuela vem aumentando, com ataques norte-americanos a barcos supostamente ligados ao narcotráfico e presença militar em regiões próximas à Venezuela. Esses ataques dos EUA já causaram mais de 90 mortes.

Essas medidas integram uma campanha de pressão contra o governo Maduro, que Trump responsabiliza pela entrada de drogas nos EUA. O presidente americano também afirmou que em breve poderão ocorrer ataques terrestres.

Créditos: Itatiaia