Malafaia acusa Alexandre de Moraes e esposa de tráfico de influência em contrato bilionário

O pastor Silas Malafaia acusou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e sua esposa, Viviane Barci de Moraes, de praticarem “tráfico de influência”. A alegação baseia-se num contrato firmado entre o escritório de advocacia de Viviane com o Banco Master, que previa o pagamento de R$ 129 milhões em três anos.

Malafaia declarou que um contrato com honorários advocatícios de tal magnitude não existe de forma genérica, interpretando isso como prova de corrupção e tráfico de influência. Ele afirmou que, em um país sério, a esposa de Moraes seria investigada e ele afastado do cargo.

O pastor divulgou um vídeo nas redes sociais para defender o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), que foi alvo de busca e apreensão da Polícia Federal, em operação que investiga suposto desvio de cota parlamentar por meio do aluguel de veículos.

A operação, autorizada pelo ministro Flávio Dino, também mirou o deputado Carlos Jordy (PL-RJ). Ambos negam irregularidades. Malafaia também criticou o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), por não pautar pedidos de impeachment contra integrantes do STF.

Para ele, grande parte dos senadores, com algumas exceções, está comprometida, incluindo Alcolumbre. Malafaia desafiou Alexandre de Moraes a se manifestar publicamente sobre o contrato, afirmando que quem cala consente e debochando da possibilidade de ser preso.

O pastor ainda criticou Flávio Dino por divulgar o sigilo da operação contra os deputados do PL e acusou o ministro Dias Toffoli de proteger as investigações relacionadas ao Banco Master e de interferir na CPMI do INSS.

Toffoli, relator do caso Master, elevou o sigilo da investigação, restringindo até mesmo o acesso aos registros da movimentação processual, e ordenou que danos causados pela quebra de sigilos de Daniel Vorcaro, proprietário do banco, fossem retirados da comissão.

Durante a Operação Compliance Zero, a Polícia Federal apreendeu o contrato do Banco Master com o escritório da esposa de Moraes, que previa defesa da instituição em processos no Banco Central, Receita Federal, Congresso Nacional e outros órgãos.

A existência do contrato foi inicialmente divulgada pela coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo, e confirmada por fontes da investigação à Gazeta do Povo.

Em agosto de 2025, Malafaia foi alvo de busca e apreensão no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, ao chegar de Lisboa. A ação fez parte do inquérito que apura a atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) nos Estados Unidos contra autoridades brasileiras.

Na ocasião, o pastor não foi indiciado. Segundo a PF, ele exercia influência na comunicação da família Bolsonaro, validando conteúdos postados pelo ex-presidente em momentos críticos da investigação sobre suposta tentativa de golpe de Estado.

Sóstenes e Jordy foram alvos da Operação Galho Fraco na manhã do dia 19 de dezembro. Sóstenes concedeu entrevista para rebater as acusações e classificou a investigação como perseguição política da esquerda visando as eleições de 2026.

Jordy negou ilegalidades, afirmou estar sendo perseguido e acusou Flávio Dino de vingança pessoal, mencionando buscas e apreensões em sua residência, e pediu mais empenho para investigar os casos ligados à esposa de Moraes e à fraude do INSS envolvendo filho do presidente Lula.

Essa última referência está relacionada a uma nova fase da Operação Sem Desconto, que investiga pagamentos feitos pelo empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como Careca do INSS, a uma empresa de Roberta Luchsinger, amiga do filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Mensagens interceptadas indicam que o destinatário dos valores seria o “filho do rapaz”, sem esclarecimento de quem seria. Em diálogo, Roberta tentou tranquilizar Antônio diante de acusações envolvendo Fábio Luís da Silva. Em 2015, Fábio processou políticos que relacionaram seu nome à Friboi sem provas. Ele não é formalmente investigado na atual apuração.

Créditos: Gazeta do Povo